Amigos e parentes de Frei Tito de Alencar Lima lembram, nesta sexta-feira, 8, e sábado, 9, em São Paulo, os 40 anos de seu martírio na ditadura. Hoje, às 19 horas, d. Angélico Sândalo Bernardino celebra missa na Igreja de São Domingos, em Perdizes, zona oeste, onde Frei Tito foi preso, em 1969. Amanhã, a partir das 9h30, no Colégio Rainha da Paz, Alto de Pinheiros, também na zona oeste, haverá testemunhos do professor Alfredo Bosi, João Pedro Stédile, do MST, Frei Betto, entre outros (informações em www.freititovive.wordpress.com).
Vizinhos do convento de LArbresle, na França, acharam o corpo de Frei Tito dependurado numa árvore em 10 de agosto de 1974. O frade, então com 29 anos, enforcou-se após quatro anos de exílio. No convento, Frei Tito vivia atormentado, pois acreditava que o delegado Sérgio Fleury voltaria para levá-lo à “sucursal do inferno”, como diziam os carcereiros do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), Presídio Tiradentes e Operação Bandeirantes (Oban).
Trajetória
Frei Tito nasceu em 14 de setembro de 1945 em Fortaleza. Foi dirigente da Juventude Estudantil Católica e entrou na ordem dos dominicanos em 1965. Estudava Filosofia na USP quando foi preso, em 4 de novembro de 1969, pela equipe do delegado Fleury. A repressão queria saber se, além de apoiar Carlos Marighella, da Aliança Libertadora Nacional (ALN), ele tinha alugado sítio em Ibiúna (SP), para o congresso da União Nacional dos Estudantes.
Incluído pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) na lista de presos políticos trocados pelo embaixador da Suíça, sequestrado em 1970, Frei Tito foi banido e levado em 1971 para o Chile, de onde seguiu para Itália e França. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.