Três homens foram apresentados nesta sexta-feira, 8 pela Divisão de Homicídios da Capital (DH), acusados do latrocínio de Maria Cristina Bittencourt Mascarenhas, sócia do restaurante Guimas, na Gávea, zona sul do Rio. O trio integra uma quadrilha especializada em saidinha de banco e foi preso na semana passada. Dois criminosos ainda estão foragidos. Os cinco têm passagens pela polícia por roubo qualificado, entre outros crimes.
Conhecida como Tintim, a empresária levou um tiro à queima-roupa na cabeça, após resistir a um assalto, em 17 de julho. Ela chegou à agência do banco Bradesco, a 350 metros do Guimas, às 12h11 para sacar R$ 12 mil, como agendado no dia anterior. Vitor Brunizzio Teixeira, de 25 anos, entrou logo depois para identificar uma vítima aleatória para o assalto.
Depois de quase 30 minutos na agência, a empresária foi atendida no caixa “à vista de todos os olhos”, destacou o delegado responsável pelo caso, Giniton Lages. Irritada com o atendimento, Tintim acabou falando em voz alta a quantia que sacaria. Depois disso, foi levada para uma sala particular. Após identificar a vítima, Vitor foi substituído na agência por um criminoso identificado apenas como Junior Playboy. Ela saiu do banco às 12h52, caminhou até a Praça Santos Dumont e foi morta às 12h57.
Na praça, Jardel Wanderson de Oliveira Vilas Boas, de 28, desembarcou de um veículo que parou na frente da vítima. Três comparsas ficaram no carro: Vitor; Wendel dos Santos Gomes, de 34, que articulou o crime e dirigiu o veículo registrado no nome da mãe; e Marcos Vinicius do Nascimento Bonfim, de 21, que apoiou a ação. Junior pilotou a moto e deu fuga para Jardel depois que ele atirou. A DH investiga a participação de um menor de idade.
O dinheiro foi dividido da seguinte forma: R$ 7 mil para Wendel (ele alegou que precisava consertar a pistola, já que o carregador caiu na cena do crime) e o restante para cada um dos comparsas. O celular de Tintim foi localizado no mercado popular da Uruguaiana, no centro, à venda, por R$ 400.
O delegado titular da DH, Rivaldo Barbosa, disse que Tintim foi “colocada em uma situação de vulnerabilidade”. “Não é admissível que os bancos relatem fortunas (em seus balanços anuais) e deixem clientes e funcionários desprotegidos. A sociedade tem que cobrar uma postura (para aumentar a segurança)”.
Em resposta, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que de 2003 a 2013 os bancos triplicaram os investimentos em segurança, chegando a R$ 9 bilhões no ano passado.