Ainda nesta semana, a Agência Nacional de Águas (ANA) deverá reunir as geradoras do Rio de Janeiro e São Paulo, Light e Cesp, respectivamente, para tratar do uso das águas do rio Jaguari, que atende às duas empresas e também às cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que gostaria que o encontro ocorresse “amanhã”, mas ele não soube precisar exatamente a data da reunião.
Para Chipp, o impasse envolvendo o rio Jaguari é também de ordem política, o que, em sua opinião, já está atrapalhando a gestão das águas. “Atrapalhar, já está atrapalhando. Mas acredito que haja bom senso para chegar a um denominador comum”, disse.
O problema começou com a decisão da estatal paulista Cesp de ignorar a orientação do ONS de aumentar a vazão de sua hidrelétrica, o que teve repercussão no rio Paraíba do Sul e na geração de energia no Rio de Janeiro.
Além de comprometer, prioritariamente, o abastecimento de água, que deve chegar ao seu ponto mais crítico em novembro, o diretor-geral do ONS vê na atitude da Cesp uma abertura para que outros concessionários do setor de energia passem a desrespeitar as ordens do operador, o que, em sua opinião, comprometeria o funcionamento do sistema elétrico.
Após participar de seminário promovido pelo Instituto Acende Brasil, Chipp afirmou ainda que a previsão de abastecimento no fim do período seco, em novembro, melhorou. A perspectiva é que o nível dos reservatórios no Sudeste estejam em 20%, superior aos 18,5% previstos anteriormente.