O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, lançou ontem, em Salvador, um pacote de promessas para a região Nordeste cujo eixo principal é reforçar os programas já existentes do governo federal, como o Bolsa Família, e terminar obras de infraestrutura, como a transposição do Rio São Francisco, vitrines dos governos de Dilma Rousseff e de Luiz Inácio Lula da Silva.
Batizado de “Nordeste Forte”, o programa é tratado pela campanha como a maior vitrine do PSDB na região. Uma das principais preocupações do presidenciável tucano nesta campanha é se blindar do que os tucanos chamam de “tática do medo”, que consiste nos rumores de que uma vitória do partido levaria ao fim dos programas de transferência de renda implantados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Tenho ouvido no meu Estado que se eles (PT) não forem eleitos, vamos acabar com o Bolsa Família. Mas o Bolsa Família é uma conquista do povo e veio para ficar”, disse Tasso Jereissati (PSDB), candidato ao Senado pelo Ceará.
O projeto Nordeste Forte propõe “evoluir o Bolsa Família”, tornando o programa uma “política de Estado” e dobrar o complemento da União ao Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica (Fundeb) em quatro anos, promovendo a equidade do Nordeste com as demais regiões do País. O tucano também prevê levar o programa Saúde da Família, do governo federal, para toda a população nordestina e anunciou que pretende implantar no Nordeste o programa Poupança “Jovem Brasil”, que deposita R$ 1 mil a cada ano no ensino médio por estudante.
O objetivo, ressalta a proposta, é garantir que, em quatro anos, as famílias nordestinas terão um renda per capita mínima de US$ 1,25 por dia, conforme as metas do milênio.
Aécio promete ainda tirar do papel as obras de infraestrutura da região. Ele garante que em seu governo terminará a transposição e a revitalização do Rio São Francisco. O plano prevê implantar um programa de desenvolvimento decenal – articulado com todos os Estados do Nordeste e com orçamentos aprovados pelo Congresso – para recuperar a foz do Rio São Francisco.
Marina
No evento de lançamento do plano ontem, na Bahia, quarto maior colégio eleitoral brasileiro e que foi um reduto eleitoral de Dilma e de Lula nas últimas eleições, Marina Silva, que se tornou candidata após a morte do ex-governador Eduardo Campos em um acidade aéreo, foi alvo críticas indiretas de Aécio. “Ninguém tem o time qualificado que nós temos. Temos um conjunto de projetos que são os melhores. É possível transformar o sonho em realidade”, disse, numa referência à pouca experiência administrativa da concorrente.
Para dar peso ao evento de ontem, Aécio convocou os principais líderes políticos tucanos nordestinos, como o governador de Alagoas, Teotônio Vilela, para estarem em Salvador. Para o PSDB, depois da morte de Campos, é preciso investir fortemente na região para evitar que os eleitores do ex-governador migrem para Dilma. O tucano também participou ontem de almoço com os coordenadores de sua campanha no Nordeste e gravou imagens na Igreja do Bonfim.