O advogado Cássio Quirino Norberto, que integrava o núcleo de defesa de Paulo Roberto Costa, renunciou à causa. Alegando “motivos de foro íntimo”, Norberto deixou a defesa do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras nos autos da Operação Lava Jato na sexta-feira passada – mesmo dia em que a imprensa divulgou detalhes do acordo de delação premiada de Costa, no qual o ex-diretor apontou nomes de pelo menos 32 deputados e senadores, de um governador e de cinco partidos políticos, entre os quais o PT, o PMDB e o PP, que teriam sido contemplados com propinas de empreiteiras contratadas pela estatal petrolífera.
“Passei a noite (de quinta-feira para sexta) pensando muito, mas prefiro não falar nada agora (sobre os motivos da renúncia)”, disse Norberto, no dia em que renunciou. “No momento oportuno vou me manifestar.”
Norberto atuava nos autos da Lava Jato, representando o ex-executivo da Petrobras, desde o início da investigação deflagrada pela Polícia Federal (PF). Pelo fato de declarar residência fixa em Curitiba, os primeiros advogados de Costa substabeleceram procuração para que Norberto pudesse acompanhar pessoalmente todos os atos processuais relativos às ações penais abertas contra o ex-diretor da estatal, inclusive os depoimentos.
Em agosto, Costa decidiu fazer delação premiada e contratou a criminalista Beatriz Catta Preta, com ampla experiência nesse tipo de procedimento. Norberto continuou trabalhando no caso ainda por alguns dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.