Em seu segundo e último ato de campanha em Minas Gerais neste sábado, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, exaltou aos jovens presentes no marco zero da Lagoa da Pampulha o candidato ao governo do Estado pelo PT, Fernando Pimentel, mas, sem citar nomes, seguiu criticando a presidenciável Marina Silva (PSB). “Eu confio na eleição de Pimentel em Minas, porque ninguém consegue mudar o rumo do País sem parceiros. Um time significa ter aquelas pessoas que você tem certeza de que não arregam, que não vacilam, que não mudam de opinião, não pensam uma coisa de manhã e outra coisa de tarde”, afirmou, referindo-se a Marina. “Time que joga junto é time que tem convicção.”
A presidente disse que tem a obrigação de defender o que foi conquistado pelo seu governo. “A partir daí, você vai conquistar mais. Mas você não pode conquistar mais perdendo o que já foi feito. Não se pode fazer isso”, ressaltou. Ela assumiu um compromisso de universalizar a banda larga de internet no País. “Eu não assumo compromisso que eu não vou lutar para eu fazer”, declarou, após explicar a importância da aprovação do marco civil da internet.
Pela manhã, Dilma havia participado de ato público com representantes dos movimentos negros em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte – e também criticara Marina. Sem citar nominalmente a socialista, Dilma alfinetou Marina. “O presidente da República sofre pressão 24 horas por dia. Se a pessoa não quer ser pressionada, não quer ser criticada, não quer que falem dela, não pode ser presidente da República”, declarou, ressaltando ainda que “o presidente não pode mudar de posição de cinco em cinco minutos” nem pode “vacilar diante de twitter”, em referência à mudança no plano de governo da adversária em relação ao casamento gay, adotada após críticas no microblog feitas pelo pastor Silas Malafaia.
À tarde, a petista ressaltou, ao falar de reforma política, a importância da participação popular nas decisões do governo federal e defendeu a realização de plebiscitos. “Temos que ter plebiscito para fazer Constituinte e referendar o que seja. Mas nós, primeiro de tudo, precisamos da participação do povo, que vai dar força para essa ou aquela proposta passar e vencer. Só a força do povo é capaz de fazer isso. Eu mesma já mandei proposta de fazer plebiscito ao Congresso. E, logo depois de eleita, temos que tratar da questão da reforma política”, disse.
Dilma repetiu seu discurso sobre o combate à corrupção, dizendo que nunca no Brasil um governo investigou tanto casos desse tipo. “Nós nunca pegamos qualquer coisa e varremos para debaixo do tapete, como faziam antes no País. Nós investigamos, doa a quem doer”, disse.
Sobre a política econômica, Dilma afirmou que fará o que for necessário para proteger o emprego dos brasileiros. “Eu não fui eleita para desempregar ninguém, para fazer arrocho salarial. E não farei”, destacou.
A presidente terminou o discurso dizendo que o momento atual da disputa eleitoral é delicado. “Há muita desinformação nesse País. Chegaram a dizer que não ia ter Copa porque o Brasil não estava preparado, que íamos ganhar no campo e fora iríamos perder feio. O que se viu foi o inverso, infelizmente. Fiquei numa baita tristeza com a derrota da seleção. Mas agora nós ganhamos fora do campo”, declarou, finalizando. “Nem na tortura eu desisti desse País, tanto mais na democracia.”
Pimentel
Antes de presidente falar, o candidato ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel, fez discurso acalorado. “Nós vamos ganhar as eleições em Minas Gerais. Vamos mostrar para aqueles que diziam que iriam ganhar com uma diferença de milhões de votos. Eles falavam essa bazófia com ostentação, com arrogância, que é atributo deles. Nós, caladinhos, mudamos o jogo e estamos às vésperas de dar uma derrota histórica para eles.”