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Marina defende ampliação de gastos com cultura

A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) disse na tarde desta segunda-feira, 15, que em eventual governo pretende promover a arte, “em toda sua pluralidade”. A candidata participou de um evento com entidades culturais de diversas áreas por cerca de quatro horas. A ex-senadora comprometeu-se a ampliar o investimento do Estado em cultura, sem, no entanto, definir um porcentual da receita – como fez com a saúde, ao prometer 10% da receita bruta da União para a área.

Segundo Marina, setores reivindicaram uma destinação de 2% do orçamento à cultura, mas afirmou que a decisão dela e da equipe foi por ampliar recursos sem definir um porcentual.

Marina lembrou ter tido uma passagem pelo mundo artístico, com uma experiência com teatro amador no Acre, e brincou sobre sua participação como “cacto” em uma encenação da obra Morte e Vida Severina. A candidata do PSB também alfinetou o governo da presidente Dilma Rousseff. Falou da importância de recuperar as artes, mas a arte no bom sentido. “Tem muita gente fazendo arte no mau sentido, como a arte de acabar com a Petrobras”, afirmou Marina.

Durante o evento, a candidata afirmou ter feito o importante “exercício da escuta” e da “escuta interessada” ao ouvir as demandas e posições dos cerca de 20 porta-vozes culturais que discursaram.

Entre eles, esteve o cineasta Fernando Meirelles, que afirmou não ver necessidade de mexer na estrutura de produção cinematográfica e audiovisual no Brasil. “É uma coisa que não precisa ser muito mexida”, disse sobre o cinema. A fala de Meirelles foi contestada pela do presidente do Conselho Brasileiro de Cineclubes, João Pimentel, que disse que o cineasta apresentou uma visão dos produtores. “Dizer que o cinema brasileiro vai bem é ingenuidade.”

O rapper Xis esteve no palco ao lado de Marina para manifestar apoio à candidata e falar da importância da cultura e da educação para as crianças da periferia no Brasil. O músico Dinho Ouro Preto disse acreditar na força dos “sonhos” da candidata, mesmo que eles tenham dado à candidata a alcunha de “sonhática”.

Também participou do evento Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, que falou sobre a necessidade de uma política de Estado de incentivo à leitura. Ele defendeu ser preciso criar bibliotecas e não fechá-las, como se faz hoje no País. Representantes da dança, do circo, do artesanato e de arte afro também se apresentaram no evento.

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