O Consórcio PCJ, que gerencia as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, localizou cerca de 30 cavas de mineração com disponibilidade hídrica nas regiões de Rio Claro, Campinas e Bragança Paulista. Cada uma delas tem capacidade de abastecer uma cidade de 20 mil habitantes por cerca de dois meses, sendo a identificação confirmada graças ao rastreamento aéreo que foi realizado este mês.
Nesse trabalho foram aprofundadas as observações para comprovar a localização das 60 cavas que já tinham sido detectadas por um mapeamento via satélite no mês passado. Mas em torno de metade delas não havia a água que se esperava, até porque as imagens de analisadas datavam de até dois anos atrás, vindo nesse período a praticamente desaparecerem.
De acordo com José Cézar Saad, coordenador de projetos do Consócio PCJ, ainda não foi feito um quantitativo exato de toda essa água, mas realmente daria para servir de abastecimento. Entretanto, caberá ao interessado procurar o dono da área onde está a cava e negociar com ele. Também será necessário fazer análises para atestar a qualidade da água e ver como poderia ser captada e distribuída.
“Quem tiver interesse terá de procurar o consórcio para saber da localização e poder negociar”, falou à reportagem. Segundo ele, tudo dependerá do resultado da análise da água e do acerto com o proprietário da área. Os mais de 40 municípios e as 27 empresas consorciadas estarão sendo informados sobre o resultado desse mapeamento com a localização das fontes.
O custo para viabilizar o bombeamento da água e todo o tratamento ficam por conta dos interessados. Saad explicou que essas cavas não resolvem a crise hídrica histórica enfrentada na região, mas pode amenizar a situação de muita gente. “Levando em conta o momento que vivemos, é uma descoberta muito importante”.
Pedido
A Secretaria Executiva do consórcio enviou na semana passada à CT-MH (Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico) dos Comitês PCJ um pedido para o uso de água de cavas de mineração e de reservatórios particulares. O objetivo é auxiliar no abastecimento de cidades em situação de calamidade pública.
Na região vários municípios enfrentam problemas de falta de água e alguns já começaram a recorrer a áreas particulares cedidas por proprietários rurais. Com o mapeamento ficará mais fácil para se utilizarem desse recurso visando enfrentar o período de estiagem crítica. O consórcio também pediu à Câmara Técnica a ampliação da vazão do Sistema Cantareira para a Bacia do Rio Atibaia.