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Lobão Filho tenta ligar ação da PF a adversário

O candidato do PMDB ao governo do Maranhão, Lobão Filho, dedicou boa parte do seu programa eleitoral que foi ao ar no início da tarde desta sexta-feira, 26, para explorar a operação da Polícia Federal que na madrugada de quinta vistoriou um comitiva da sua campanha em um aeroporto do interior do Estado para verificar uma denúncia anônima de transporte ilegal de recursos. Ele insinuou ter havido o envolvimento do secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, na ação da PF para beneficiar a candidatura do adversário, Flávio Dino (PCdoB).

A motivação seria o fato de, horas antes da operação, o secretário ter aparecido em blogs e no programa eleitoral de Dino dando apoio ao candidato. “Coincidência ou não, na madrugada dessa quinta-feira, 25, em Imperatriz, uma ação truculenta da polícia federal, foi desencadeada contra mim e contra o deputado Gastão Vieira (candidato ao Senado na coligação)”, afirmou ele.

Durante o programa, Lobão Filho disse ainda que Paulo Abrão, “na condição forma de secretário”, jamais poderia aparecer dando apoio a Flávio Dino. “É proibido por lei”, completou. Um advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consultado sob a condição do anonimato pelo Broadcast Político, disse que não há qualquer impedimento legal do secretário apoiar quem quer que seja. “Qualquer autoridade pública, como cidadão, pode manifestar seu apoio”, destacou.

O horário eleitoral do candidato do PMDB reprisou uma reportagem veiculada na noite de quinta no Jornal da Globo que detalhou a operação da PF e a reação da cúpula do PMDB. Em seguida, após passar no vídeo uma série de reportagens sobre a ação, entre elas do Estado, um narrador sentencia: “A ação foi vista na imprensa do Brasil como fora de propósito.”

O programa narra ainda o fato de que o pai, um irmão e uma irmã do delegado da PF responsável pela ação, Paulo de Tarso Cruz Viana Junior, apoiarem a candidatura de Flávio Dino.

No programa, Lobão Filho disse ser “um homem sério” e sabe que a Polícia Federal “também é uma instituição séria”. “Não pode ser utilizada em favor de uma candidatura. A Polícia Federal não pode ser usada como instrumento eleitoral numa campanha política”, afirmou. Ele citou ter orientado seus advogados a pedir apurações contra Paulo Abrão e à PF para apurar as razões da operação.

O candidato afirmou ainda que seu partido, por meio do vice-presidente da República, Michel Temer, mostrou a sua indignação e a presidente Dilma Rousseff foi “igualmente informada”.

Em segundo lugar nas pesquisas, Lobão Filho termina seu programa dizendo ir às urnas “com muita serenidade” porque tem a consciência de ter apresentado as melhores propostas e que todas elas vão ser prontamente executadas por ele saber como fazer. “E eu conto ainda com o apoio da presidente Dilma e do ex-presidente Lula. Por tudo isso, espero merecer a sua confiança e o seu voto. Pra frente, Maranhão!”, encerra.

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