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Carlos Lessa diz à CPI do BNDES que nunca foi pressionado quando comandou banco

O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Carlos Lessa afirmou nesta quinta-feira, 10, durante audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que jamais foi pressionado politicamente para decisões das ações e liberação de financiamento da instituição. “Passei dois anos no BNDES e não fui pressionado por ninguém. Me orgulho disso”, disse o executivo, que comandou o banco de janeiro de 2003 até novembro de 2004, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lessa afirmou que algum tipo de ingerência política até pode acontecer “na ponta do sistema”, mas que ele sempre trabalhou dentro das regras do banco. “(ingerência política) pode acontecer até de um nível microscópico, porém, de um modo geral nós do banco, do BNDES, tínhamos como postura favorecer ao máximo as operações dentro das normas estabelecidas”, disse.

O ex-presidente do BNDES disse ainda que “nunca deu nenhum não a um ministro, mas não deu nenhum sim”. “Eu tinha uma visão diferente do que seria a subordinação do BNDES aos ministérios”, afirmou. Segundo ele, o ministro – normalmente o do MDIC – que preside o Conselho de Administração do banco tem poder de decisões, mas a questão operacional deve ser do presidente da instituição de fomento.

Segundo ele, no entanto, como os votos do governo são comandados pelo ministro é possível que o governo tenha influência nas operações. “A minha convicção é que o BNDES é um símbolo muito maior e o mais poderoso objeto de desenvolvimento do país”, disse.

Questionado sobre aportes para financiamentos altamente subsidiados a grandes empresas, ele ponderou que uma instituição como o BNDES tem que avaliar “projetos a partir de um certo tamanho”, mas defendeu que na sua gestão foi implementado “com sucesso” o cartão BNDES “que é voltado para a pequena e média empresa”.

O economista disse ainda que tem a opinião pessoal de que o papel mais importante do BNDES deve ser o de operar mais por empréstimo do que por mercado de capitais. “Acho que um banco de desenvolvimento deve basicamente financiar e pode eventualmente assumir uma posição de participação acionária nas empresas”, afirmou.

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