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Programa do PMDB tem como base frase polêmica de Temer sobre reunificar o País

Previsto para ir ao ar na noite desta quinta-feira, 24, em cadeia nacional de rádio e TV, o programa partidário do PMDB foi montado com base na polêmica frase do vice-presidente da República, Michel Temer, de que “é preciso alguém para reunificar o País”.

A partir da declaração, proferida no último mês de agosto, num momento de avanço da crise política e econômica, Temer passou a ser isolado por integrantes da cúpula do Palácio do Planalto das principais decisões do governo, o que culminou na sua saída da articulação política. “Esse programa foi brifado naquele momento, com aquela frase. Mas tem que ser dito que não é um programa de oposição ou de governo, é da atual situação do País”, afirmou para a reportagem o marqueteiro do PMDB, Elsinho Mouco.

O programa tem 10 minutos e conta com a participação de 50 integrantes do partido. Inicialmente, eles compõem um mosaico que forma uma imagem final com o rosto de Michel Temer, o primeiro a falar. “A ideia do jogo de imagens é mostrar que o vice-presidente, Michel Temer, está prestigiado internamente, está protegido e que ele busca a união”, ressaltou Mouco.

Em sua fala inicial, Temer ressalta o período de dificuldades que o Brasil enfrenta. “O Brasil passa por um período difícil na economia assim como por dificuldades políticas. Todas superáveis. É imprescindível unir forças, colocar o Brasil acima de qualquer interesse partidário ou motivações pessoais. Crise se enfrenta com união, com coragem, com determinação e retidão. É neste contexto que devemos pensar o Brasil”, afirma.

No vídeo, integrantes do PMDB também criticam de forma indireta o não cumprimento de promessas realizadas durante a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição e se colocam como uma alternativa. “Posso garantir que existe muita gente capaz e pronta para entregar o Brasil que foi prometido a você”, afirma o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry.

O reforço de que o PMDB é o caminho para a saída da crise também é feito pelo governador de Rondônia, Confúcio Moura. “Ninguém mais do que o PMDB tem representatividade em todo o País para unir forças e acertar as contas com a verdade e vencer essa crise”, afirma.

“É feito um reforço de que o partido é uma alternativa para a crise, mas em nenhum momento as declarações têm alguma relação com impeachment”, justificou o marqueteiro Elsinho Mouco.

Há recados também contrários às propostas do novo ajuste fiscal encaminhado pela equipe econômica nos últimos dias ao Congresso. Entre as medidas anunciadas, para reforçar o caixa da União, está a recriação da CPMF. “A solução não está na criação de mais impostos para tapar buracos no Orçamento”, diz o deputado federal Lúcio Vieira Lima (BA). Já o vice-presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RR), usa uma expressão que foi cunhada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. “Menos impostos e mais postos de trabalho”.

Embora haja integrantes do partido investigados na Operação Lava Jato, também foram inseridas no script declarações em favor do combate à corrupção. “Os escândalos protagonizados por aqueles que desafiam as leis e as instituições não espelham o comportamento e o caráter de milhões de brasileiros”, ressalta o senador Roberto Requião (PR).

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