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Superlua coincidirá com eclipse lunar total na noite de domingo

Na noite de domingo, 27, um eclipse total da Lua coincidirá com o fenômeno denominado superlua – quando máxima aproximação do satélite com a Terra ocorre durante a Lua cheia, fazendo com que ela pareça 14% maior e 30% mais brilhante que o normal.

Embora os dois fenômenos sejam relativamente comuns, a combinação de uma superlua e um eclipse total da Lua ocorreu pela última vez em 1982 e só se repetirá novamente em 2033. O efeito promete ser impressionante.

O eclipse poderá ser observado a partir das 22h. Cerca de uma hora depois, a superlua ficará inteiramente encoberta pela sombra da Terra, ganhando uma cor avermelhada, durante uma hora e 12 minutos. O fenômeno será visível nas Américas, na Europa, na África, no leste do Oceano Pacífico e no Oeste da Ásia.

De acordo com Paulo Bretones, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coordenador da Comissão de Ensino e Divulgação da Sociedade Astronômica Brasileira, os eclipses lunares ocorrem quando a Lua penetra na sombra projetada pela Terra ao receber a luz solar.

O plano da órbita da Lua fica inclinado um pouco mais de 5 graus em relação ao plano em que a Terra gira ao redor do Sol, segundo ele, o que gera um movimento complexo.

“A Terra sempre está projetando sua sombra no céu, mas não a percebemos porque a Lua passa acima ou abaixo dessa sombra. Mas, quando a Lua cruza o plano da órbita da Terra durante um alinhamento dos três astros, ocorre um eclipse lunar”, explicou Bretones.

Segundo ele, no domingo a Lua cheia nascerá às 17h45 em São Paulo e começará a “mergulhar” na sombra da Terra às 22h07. “Uma linha divisória surgirá como um entalhe no bordo lunar, penetrando cada vez mais, até que às 23h11 a Lua estará toda coberta pela sombra do nosso planeta. Às 00h23, ela começará a sair da sombra até reaparecer totalmente iluminada às 1h27 de segunda-feira”, disse.

Em 2015 já ocorreram dois eclipses totais da Lua e dois eclipses do Sol, segundo Bretones. Mas apenas o eclipse lunar de domingo será visível no Brasil. “Contudo, este eclipse é especial, pois é o último de uma tétrade, um conjunto de quatro eclipses totais da Lua consecutivos. No século 20, ocorreram cinco tétrades e, no século 21, haverá oito. Os três primeiros eclipses da tétrade atual ocorreram em abril e outubro de 2014 e abril de 2015”, disse.

Durante o eclipse total, a Lua não vai desaparecer completamente do céu, sob a sombra da Terra, mas ganhará um tom vermelho escuro. Embora a luz do Sol não caia diretamente sobre a Lua durante o eclipse, sua superfície é iluminada por raios mais fracos que são refratados pela atmosfera da Terra.

“Quando a luz solar passa na atmosfera da Terra, os componentes da luz branca, que produzem as cores vermelha e laranja, espalham-se pelo ar cobrindo o céu com as cores do Sol no alvorecer e no crepúsculo. A refração transforma essas cores em sombra, por isso a Lua pode ficar avermelhada”, afirmou Bretones.

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