O Comitê Olímpico Internacional (COI) afirmou nesta quarta-feira que planeja apoiar a distribuição da futura vacina contra a covid-19 em atletas de países que tenham menor acesso ao medicamento, assim que ele estiver disponível, para fazer com que os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus, "sejam seguros para todos".
A ideia da entidade foi revelada pelo australiano John Coates, membro do COI que preside a Comissão de Coordenação dos Jogos de Tóquio, durante uma reunião realizada na capital do Japão com representantes do Comitê Organizador Local.
"Se a vacina virar uma realidade, o COI criará um sistema para apoiar os países que tenham menor acesso (ao medicamento). O objetivo é fazer com que a vacina seja acessível para o maior número de atletas possível. Queremos fazer os Jogos Olímpicos seguros para todo mundo", disse Coates ao final do encontro em Tóquio.
Toshiro Muto, chefe do Comitê Organizador Local, agradeceu a ajuda oferecida pelo COI e destacou o importante papel que a entidade pode desempenhar para expandir a vacinação entre os atletas olímpicos. "Usaremos alguns atletas mais destacados como modelos a serem seguidos para convencer outros esportistas dos Jogos para que tomem a vacina também", completou Coates.
O australiano está em Tóquio desde a última segunda-feira e faz parte da comitiva que é chefiada pelo alemão Thomas Bach, presidente do COI. O dirigente máximo da entidade já havia afirmado anteriormente que a vacinação contra a covid-19 não vai ser obrigatória para os atletas, por se tratar de "uma questão de saúde individual", mas que ela será estimulada pelo COI. "Exigir a vacinação seria ir longe demais", comentou.
O aumento das infecções em grande parte do mundo e a renovação das medidas de confinamento, especialmente na Europa, voltaram a levantar questões sobre a realização dos Jogos no próximo ano, caso a pandemia não esteja controlada.
Na última semana, uma pesquisa local mostrou que a maioria da população japonesa acha que o ideal seria adiar os Jogos ao menos em um ano – ou até cancelar a edição. Na segunda-feira, um pequeno grupo de manifestantes chegou a protestar em frente ao edifício que Bach dava uma coletiva de imprensa em Tóquio. E, de acordo com os meios de comunicação locais, mais de 60% dos patrocinadores japoneses ainda não se comprometeram a prolongar os contratos para mais um ano.