O presidente do PMDB no Rio Grande do Sul, Edson Brum, disse que o partido tem bons argumentos para atrair o PP e o PDT para a campanha de José Ivo Sartori no segundo turno da eleição para o governo do Estado contra Tarso Genro (PT), que tenta a reeleição, nesta segunda-feira, 6.
“A aliança de Ana Amélia Lemos (PP) se colocou como anti-petista e a campanha de Tarso bateu muito nela”, avalia, referindo-se à incompatibilidade histórica entre os dois partidos no Rio Grande do Sul, ampliada durante o primeiro turno deste ano.
Com o PDT, que estava no governo Tarso até pouco antes do início da campanha, a negociação será diferente. A aposta é que a proximidade que já existe nos dois maiores colégios eleitorais do Estado facilite o entendimento. “Estamos com o PDT nas prefeituras de Porto Alegre e Caxias do Sul, cidades nas quais tivemos e devolvemos apoio a eles”, destaca Brum.
Em Porto Alegre, José Fogaça (PMDB) deixou a prefeitura para o vice José Fortunati quando renunciou para concorrer ao governo do Estado, em 2010. O trabalhista se candidatou em 2012, ganhou e governa com o PMDB, que tem o vice-prefeito Sebastião Melo. Em Caxias do Sul, o PMDB cumpriu acordo político de apoiar um nome do PDT ao final do segundo mandato de José Ivo Sartori. A cidade é governada desde o início de 2013 por Alceu Barbosa Velho.
Depois de ter apoiado a candidatura de Marina Silva para a Presidência da República, o PMDB do Rio Grande do Sul ainda discutirá a escolha que fará no segundo turno. Há grupos favoráveis a Aécio Neves (PSDB) e a Dilma Rousseff (PT), o que pode levar a sigla à opção pela liberação dos filiados. Brum diz que todas as opções serão discutidas nos próximos dias pelo partido.
Nas entrevistas que deram depois da confirmação do segundo turno entre Sartori e Tarso, dirigentes do PP e PDT evitaram anunciar apoio a algum dos candidatos, mas deixaram escapar as tendências. Celso Bernardi, presidente do PP, reiterou que o partido está e continua mobilizado para quebrar o ciclo do PT tanto no Brasil quanto no Estado. Pompeo de Mattos, do PDT, disse à Rádio Gaúcha que a prioridade é manter o partido unido, sinal de que as discussões desta semana serão acaloradas porque a sigla tem tendências diferentes, favoráveis à aliança com o PT, com o PMDB ou defensoras da neutralidade.