As expectativas da população com relação à continuidade do governo da presidente Dilma Rousseff oscilaram negativamente em setembro na comparação com junho, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo os resultados, 63% dos entrevistados avaliam que o restante do mandato da presidente será ruim ou péssimo, ante 61% registrado na pesquisa anterior.
A porcentagem dos que esperam que o restante do atual mandato seja ótimo ou bom permaneceu estável em 11%, enquanto a parcela dos que esperam um governo regular até o fim de 2018 oscilou de 23% para 21%.
Realizada entre 18 e 21 deste mês, após o anúncio pela equipe econômica da tentativa de recriação da CPMF, a pesquisa mostra que a maior desaprovação do governo continua relacionada aos impostos cobrados no País. De acordo com os resultados, 90% desaprovam a carga tributária, enquanto apenas 7% a aprovam. Os valores se repetem há três pesquisas, desde março deste ano.
Na sequência, 89% dos entrevistados desaprovam a taxa de juros, que tem apenas 6% de aprovação. Saúde (84%), combates à inflação e ao desemprego (83%) e segurança pública (82%) aparecem em seguida como áreas de atuação do governo com maior índice de desaprovação.
A pesquisa mostra ainda que a parcela dos entrevistados que percebe o noticiário mais desfavorável ao governo oscilou de 64% para 66%, enquanto aqueles que vêm o noticiário mais favorável foi de 8% para 9%. O porcentual dos que enxergam o noticiário nem favorável nem desfavorável ao governo caiu de 17% para 14%.
As notícias sobre o governo mais lembradas pela população são aquelas relacionadas à Operação Lava Jato, citada por 13% dos entrevistados. Em segundo lugar, 8% citaram a volta da CPMF. Notícias sobre aumento de impostos e sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma foram lembradas por 7% dos ouvidos.
Segundo o levantamento, 4% citaram notícias sobre corrupção no governo, sem especificar casos, mesmo porcentual dos que lembraram de reportagens sobre manifestações contra a corrupção. O noticiário sobre a inflação e o aumento dos preços também foi citado por 4% dos entrevistados.
A pesquisa, realizada entre 18 e 21 deste mês, ouviu 2.002 pessoas em 140 municípios. A margem de erro máxima é de 2 ponto porcentuais e o grau de confiança da pesquisa é de 95%.