Economia

Após retirada do Inovar-Auto, JAC Motors diz que investimentos continuam

Após o governo anunciar nesta terça-feira, 31, a saída da montadora chinesa JAC Motors do Inovar-Auto, a empresa informou, por meio de sua assessoria de imprensa no Brasil, que o projeto de construção de fábrica na Bahia não será interrompido, com inauguração prevista para o primeiro trimestre do ano que vem.

“A aquisição das primeiras máquinas de produção já foi efetuada, com chegada prevista e instalação na nova planta nos próximos meses, bem como a documentação que envolve o novo endereço da fábrica está assinada e devidamente legalizada”, diz a empresa. Além disso, está mantida a cota de importação livre dos 30 pontos adicionais de IPI à qual a montadora tem direito, de 4,8 mil unidades este ano.

O Inovar-Auto é um programa de incentivo à inovação tecnológica no setor automotivo por meio do qual as empresas podem ter desconto de até 30 pontos porcentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) caso se comprometam com uma série de investimentos no País.

Com a saída do programa, a empresa deixa de receber os benefícios fiscais, mas o plano de construção da fábrica se mantém, independentemente da decisão do governo, de acordo com a assessoria de imprensa da JAC Motors.

O governo alega que a montadora chinesa descumpriu o cronograma do seu projeto e por isso decidiu retirá-la do programa, exigindo que a empresa devolva os incentivos fiscais recebidos na importação de veículos em 2013 e 2014. A montadora disse que pretende acionar o seu departamento jurídico antes de tomar uma posição. Afirmou também que já esperava que o governo tomasse essa decisão.

A JAC Motors, que veio em 2011 ao Brasil com o plano de instalar uma fábrica na Bahia e aproveitar o apetite do brasileiro para comprar carros, anunciou em fevereiro passado a redução do investimento previsto para a construção do empreendimento. O montante caiu de R$ 1 bilhão para R$ 200 milhões.

A redução ocorreu porque o governo chinês, inicialmente o principal sócio do negócio, decidiu não investir mais na fábrica. Antes, os chineses eram responsáveis por 66% da JAC no Brasil, enquanto o grupo brasileiro SHC detinha os outros 34%, segundo a assessoria de comunicação da montadora. Nos últimos meses, as duas partes resolveram inverter a composição e a SHC passou a responder por dois terços do projeto.

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