Economia

Membros da Opep minimizam chance de corte na produção de petróleo

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) começaram a marcar posições, antes da reunião desta quinta-feira de autoridades de países do grupo. Segundo os integrantes da Opep, o mercado de petróleo caminha para um equilíbrio e não há necessidade de se fechar qualquer acordo sobre a produção.

Antes da reunião em Viena analistas já apontavam que era difícil haver um acordo para controlar a oferta no mercado. Os membros que têm chegado a Viena e se pronunciado reforçam essa visão.

A alta recente nos preços reflete o fato de que a decisão da Opep de não impor cortes na produção tem levado o mercado mais próximo de um equilíbrio global entre oferta e demanda, afirmou o ministro da Energia dos Emirados Árabes, Suhail bin Mohammed al-Mazrouei, nesta terça-feira. “A oferta e a demanda estão trabalhando e esta é a essência desta política”, afirmou ele a repórteres em Viena. “Desde o início do ano até agora, o mercado tem se corrigido para cima. Este é o ano da correção.”

Os preços da commodity quase dobraram, desde que atingiram mínimas em mais de dez anos no início de 2016. Vários problemas na produção e a queda na oferta dos EUA colaboraram para tirar barris do mercado, o que reduziu o desequilíbrio entre oferta e demanda.

Outro fator que trabalha contra qualquer acordo potencial é a tensão entre a Arábia Saudita, maior produtor do grupo, e o Irã, que tem buscado nos últimos meses elevar sua produção, após se livrar de sanções internacionais. Sem a participação de Teerã, os sauditas sinalizaram que não apoiariam nenhum acordo.

O ministro do Petróleo iraniano, Bijan Zanganeh, disse que o fato de que o Irã tenha dobrado suas exportações de petróleo desde a última reunião da Opep não prejudicou os preços, já que esse montante “tem sido absorvido no mercado”, segundo a agência estatal Shana, do Ministério do Petróleo do país.

No longo prazo, a Arábia Saudita poderia ainda estar aberta a alguma ação coordenada da Opep para estabilizar o mercado, segundo uma graduada autoridade do Golfo Pérsico.

A pressa para que se acelere a tomada de alguma medida vem das economias mais prejudicadas da Opep. Um desses países é a Nigéria. O ministro do Petróleo do país, Emmanuel Ibe Kachikwu, disse que a questão para o grupo é se deseja acelerar a recuperação ou deixar o mercado se equilibrar sozinho. Kachikwu admitiu, porém, que não deve ser decidido nada nesta quinta-feira.

A produção da Opep aumentou em maio, apesar de uma série de problemas, para 32,6 milhões de barris por dia, ou cerca de 50 mil barris por dia a mais que em abril, disse nesta quarta-feira a consultoria JBC Energy.

Os problemas na Nigéria por causa de ataques de grupos militantes, contiveram a produção no mês passado do país para cerca de 1,5 milhão de barris por dia. Houve, porém, problemas na produção também no Canadá – que não faz parte da Opep -, que compensaram o avanço no Iraque e no Kuwait.

A JBC prevê que a produção iraniana esteja crescendo 30 mil barris por dia na comparação mensal. Na Venezuela, a crise ainda não surtiu um efeito forte na produção.

O ministro do Petróleo venezuelano, Eulogio del Pino, ainda se mostrou esperançoso sobre a chance de um acordo em Viena. Segundo ele, há no mercado um congelamento na oferta, com a falta de investimento e problemas na produção que ajudam a contê-la. “Nós estamos todos aqui porque precisamos conversar”, afirmou.

A autoridade contestou as alegações de que a Venezuela corre o risco de um default. Segundo ele, o país é um fornecedor confiável. “O que ocorre neste momento é uma guerra de informação”, disse. Além disso, o ministro disse que a Venezuela nomeou seu próprio candidato para ser o próximo secretário-geral da Opep, mas a sugestão precisa ser discutida com os demais membros. Fonte: Dow Jones Newswires.

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