A quantidade de cursos pagos, como especializações e MBAs, na Universidade de São Paulo (USP) aumentou 8% entre 2009 e 2013, segundo dados da instituição. O total de cursos saltou de 769 para 831.
O levantamento foi divulgado na segunda, 27, pelo jornal Folha de S.Paulo. Até julho deste ano, 22,9 mil alunos se inscreveram para 719 formações pagas, a maioria entre os cursos de extensão da universidade.
Apenas 5% do dinheiro arrecadado com as formações, porém, vai para os cofres da universidade. O restante, segundo a reitoria, é usado no pagamento dos professores. Em 2010, a USP recolhia R$ 2,48 milhões. Em 2013, foram R$ 4,47 milhões. As verbas são usadas em outras atividades acadêmicas da instituição.
As formações pagas são criticadas por parte da comunidade uspiana. A Associação de Docentes da USP (Adusp) é uma das principais opositoras. “A educação é um direito social, que não se paga”, defende Ciro Correia, presidente da entidade. !A universidade é pública. Não pode haver esse conflito de interesses.”
A polêmica também existe em outras universidades públicas, com questionamentos na Justiça. O Ministério Público Estadual abriu uma investigação sobre cursos pagos na USP em 2002, mas eles continuaram existindo.
A Pró-reitoria de Cultura e Extensão da USP, responsável pelos cursos pagos, afirma que há regras sobre o funcionamento dessas modalidades. Segundo o órgão, a demanda de criação dessas especializações não parte dos órgãos centrais da USP, mas de especialistas e do mercado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.