Mellyng da Silva, de 30 anos e grávida de três meses, chegou para fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Colégio Padre Machado, no bairro de Casa Amarela, no Recife, sentindo enjoo. “Espero não sentir ânsia de vômito durante a prova”, disse, ao lado do marido, o funcionário público Anderson Nicomemus, de 35 anos. Mellyng parou de estudar há 12 anos, quando engravidou do primeiro filho. Se arrependeu e, desta vez, não vai deixar a segunda gravidez, inesperada, atrapalhar os estudos. Ela trabalha como auxiliar de saúde bucal e quer fazer Odontologia.
Já com 14 anos e cursando o primeiro do ensino médio, Maria Leticia Fernandes rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo há oito dias, jogando bola. Convicta de que quanto mais experiência tiver, mais chances terá de se sair bem quando fizer o Enem para valer, ela decidiu participar do exame mesmo sem poder pisar no chão com a perna esquerda. Usando muletas, foi acompanhada de uma tia ao mesmo colégio fazer o teste. “É uma oportunidade que não posso perder, a experiência será importante, pode ser um diferencial para mim”, disse ela, que pretende cursar Educação Física.
