Alvo de críticas da diplomacia brasiliense por conta de uma espera que se estendeu por até dez meses, a presidente Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira as cartas credenciais dos embaixadores de Cuba, Paraguai e outros 30 países. A solenidade foi transmitida pela NBR, mas jornalistas foram impedidos de acompanhá-la e até de chegar perto do local da cerimônia, realizada no segundo andar do Palácio do Planalto.
Entre os embaixadores que entregaram as cartas credenciais à presidente estão o do Paraguai, Manuel María Cáceres Cardozo; da Alemanha, Dirk Brengelmann; de Cuba, Marielena Ruíz Capote; do Chile, Jaime Gazmuri Mujica; e da Colômbia, Patricia Cárdenas Santamaria.
Segundo auxiliares da presidente, os preparativos da Copa do Mundo e o período de campanha eleitoral fizeram com que houvesse uma demora no agendamento da cerimônia de entrega das credenciais. Sem entregar as cartas credenciais, os embaixadores não podem representar os seus respectivos países em audiências ou solenidades oficiais com a presidente Dilma Rousseff.
A demora de Dilma fez um dos maiores jornais paraguaios, o “Última Hora”, publicar um editorial em que afirmava que a longa espera do embaixador paraguaio em Brasília era um sinal de “desconsideração” do Palácio do Planalto.
“A mandatária de uma nação que se preze como séria não deveria sujeitar o relacionamento bilateral com seus vizinhos a questões de caráter eleitoral”, criticou o jornal. “Os paraguaios não temos nada a ver com a agenda de comícios do Brasil nem com o afã reeleitoral de suas autoridades.”
A última vez que Dilma havia recebido as credenciais de embaixadores foi em 31 de outubro do ano passado.