O PSDB confirmou a candidatura do deputado estadual Fernando Capez (PSDB) à presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O tucano vai enfrentar Carlos Giannazi (PSOL) e deve vencer a disputa contra o único membro da oposição que se dispôs a disputar o comando da Casa. O novo presidente será anunciado no dia 15 de março.
Capez, que não quis conceder entrevista, foi indicado pela bancada do PSDB por aclamação, ou seja, sem ter sido obrigado a concorrer internamente pela vaga. Apenas o deputado Roberto Engler não estava presente no dia da definição, mas o tucano enviou uma carta em apoio à candidatura de Capez que foi lida no dia da reunião.
Outros partidos da oposição, como o PT, estão praticamente fechados em torno da candidatura de Capez. Em troca, eles devem receber cargos na Mesa Diretora. A tendência é de que o PT permaneça com a 1ª Secretaria, hoje ocupada pelo deputado Enio Tatto. O partido tradicionalmente ocupa esse cargo, responsável pela administração da Casa.
“Eu acho que a candidatura do Capez, embora ele tenha trabalhado nela, brotou de um movimento que desejava alguém com as características dele”, afirmou o líder do governo e ex-presidente da Assembleia, Barroz Munhoz (PSDB), ao elogiar o perfil de Capez. “É o momento dele, essa foi a nossa decisão. Ele é novo, uma renovação, uma esperança de um bom trabalho. É muito inteligente, muito capaz. Em tudo o que fez foi vitorioso. Pode ser um extraordinário presidente”.
O nome de Capez é bem visto por auxiliares de Alckmin. Uma eventual vitória do tucano, que tem bom trânsito no Palácio dos Bandeirantes, representaria a manutenção da influência direta do governador sobre a Casa.
Giannazi, que reconhece a fragilidade de sua candidatura, afirmou que o PSOL entra na disputa apenas para marcar posição. Ele prevê que Capez presidirá a Casa num período que, segundo Giannazi, será “sombrio e tenebroso”. Segundo o parlamentar, a oposição será “massacrada” e “triturada” pelo “rolo compressor” que representa a base do governo Alckmin.
“Essa legislatura que está terminando é muito ruim. Mas a que vem é pior ainda. A base governista aumentou muito. A oposição será triturada, massacrada, porque vai ter a bancada da bala, a bancada homofóbica, fundamentalista. A base do governista aumentou muito”, afirmou o deputado do PSOL.
Antes de ingressar na vida pública, Capez atuava como promotor no Ministério Público desde 1988. Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2007. No ano passado, Capez foi reeleito pela segunda vez seguida, com a maior votação do Estado: mais de 306 mil votos.
Com 51 anos, Capez é casado com Valéria Palermo Capez, também Promotora de Justiça, com quem tem duas filhas.