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Arautos atraem jovens com tradição medieval

O mineiro Lucas Alves Gramiscelli, de 26 anos, foi ordenado padre no dia 22 de agosto, após 11 anos de estudos e formação nos seminários da Associação Arautos do Evangelho, sociedade de vida apostólica aprovada pelo Vaticano que chama a atenção pelo visual de seus membros – homens, mulheres, adolescentes e crianças que calçam botas de cano longo e vestem túnicas de estilo medieval, com uma cruz desenhada no peito e uma corrente e um terço amarrados na cintura. Ele conheceu a instituição em Belo Horizonte e decidiu ser sacerdote durante os cursos de Filosofia e Teologia em São Paulo. Agora, é professor e formador de seminaristas no Colégio Internacional Arautos do Evangelho, em Embu das Artes, com mais de 100 alunos.

Os meninos, provenientes de dez países, chegam atraídos pela proposta de vida baseada nas lições do Evangelho e na devoção a Maria, a mãe de Jesus. Todos se tratam por “senhor”, independentemente da idade, pois é assim que os mais velhos se dirigem àqueles que se matriculam com 12 anos ou até menos. Nas casas e nos colégios das irmãs, a ala feminina dos Arautos do Evangelho, o tratamento de “senhora” não deixa de incomodar, mas ninguém reclama. “Cerca de 96% dos arautos (clérigos, irmãs e seminaristas) têm menos de 30 anos”, informa o padre Alex Barbosa de Brito, de 42 anos, reitor do colégio e seminário de Embu das Artes. Sérios e calados nas horas de reflexão, são alegres e brincalhões nos contatos com quem visita seus conventos.

Fundados no Brasil por monsenhor João Clá Dias, seu superior geral, os Arautos têm mais de 9 mil membros em 72 países. São 1,8 mil no ramo masculino (leigos e clérigos, dos quais 140 são padres e 20 diáconos), 800 irmãs no ramo feminino e cerca de 4 mil homens e mulheres na Ordem Terceira, além de 2,5 mil aspirantes, em fase de aproximação.

“É tudo uma beleza, sobretudo o ensino da Igreja”, disse o indiano Ashley Gerard, de 15 anos, que chegou há dez meses da Índia para estudar em São Paulo. De família católica, ele deixou os pais e a irmã caçula para seguir os Arautos, sem saber ainda o que fará no futuro. É o caso também do espanhol David Camarillo, de 14 anos, há seis meses no colégio de Embu das Artes. Seus pais se surpreenderam quando ele lhes disse que gostaria de vir para o Brasil, atendendo ao convite dos arautos que visitaram seu colégio em Madri, no dia 13 de maio, festa de Nossa Senhora de Fátima.

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