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Instituição foi fundada por ex-militante da TFP

O fundador dos Arautos do Evangelho é o paulistano monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, de 75 anos. Ele foi secretário e amigo do professor Plínio Corrêa de Oliveira, intelectual católico ultraconservador, que fundou a Sociedade Brasileira de Defesa da Família, Tradição e Propriedade (TFP), cujos membros mobilizaram milhares de pessoas nas ruas em campanhas contra a reforma agrária e o divórcio nos anos 1960 e 1970.

Monsenhor João Clá deixou a TFP, de atuação predominantemente política, após a morte do professor Plínio, em 1997, e criou a Associação Privada de Fiéis Arautos do Evangelho, reconhecida em 2001 pelo papa João Paulo II. Rompeu com a TFP, mas continua sendo um admirador do fundador, sobre quem escreveu sua tese de doutorado O dom de sabedoria na mente, vida e obra de Plínio Corrêa de Oliveira.

Ordenado sacerdote em 15 de junho de 2005, monsenhor João Clá fundou a Sociedade Clerical de Vida Apostólica Virgo Flos Carmeli e a Sociedade Feminina de Vida Apostólica Regina Virginum, ambas aprovadas por Bento XVI, em 2009. Os membros das duas sociedades – 140 padres, 20 diáconos e 800 irmãs – moram em conventos e fazem votos de pobreza, obediência e de castidade. Os arautos leigos também fazem os votos.

A grande diferença dos Arautos para a TFP é que eles têm um ramo clerical e um de irmãs, subordinam-se à hierarquia (papa e bispos), aceitam as reformas do Concílio Vaticano II e dão prioridade ao espiritual, sem militância política. Em São Paulo, tiveram o apoio dos cardeais d. Cláudio Hummes e d. Odilo Scherer.

O visual dos Arautos do Evangelho – que lembram os cavaleiros das Cruzadas na Idade Média, com suas vestes e gestos marciais – é uma criação de monsenhor João Clá, que também foi militar. Faz parte de seu apostolado levar o oratório da Imagem Peregrina do Imaculado Coração de Maria em visitas domésticas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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