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Alves diz ter desistido de cargo no governo

Momentos depois de ter participado de confraternização de fim do ano com a presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou ontem ter desistido de fazer parte da lista de ministeriáveis do seu partido para o segundo mandato. A saída de Alves da lista decorre de um plano para tentar reabilitá-lo politicamente no futuro, caso ele não seja denunciado pelo Ministério Público Federal.

A nomeação de Alves foi posta em xeque após o Estado ter revelado, na semana passada, que ele foi um dos 28 políticos mencionados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa como envolvido no megaesquema de corrupção na estatal.

Derrotado na disputa ao governo do Rio Grande do Norte em outubro, o presidente da Câmara ficará sem mandato a partir de fevereiro de 2015, depois de ter cumprido 11 mandatos consecutivos como deputado federal. Ele chegou a ser cotado para assumir os ministérios da Previdência, do Turismo ou da Integração Nacional.

Em nota, a assessoria de Henrique Alves afirmou que o parlamentar pediu ao vice-presidente da República e presidente do seu PMDB, Michel Temer, que desconsiderasse seu nome da lista do partido para compor o “honroso” novo ministério. O texto acrescenta que Alves “faz questão que seja esclarecida a citação absurda envolvendo o seu nome”. “O deputado Henrique Alves vai concluir sua gestão na presidência da Câmara até o término do mandato.”

Reabilitação

Costurada com a cúpula do partido, a manifestação do presidente da Câmara faz parte de um plano para tentar trazê-lo de volta à ribalta política mais adiante. Conforme essa estratégia, se o nome de Alves não aparecer nas denúncias criminais contra políticos envolvidos na Operação Lava Jato, da PF, ele poderia ser considerado por Dilma para sua equipe. Possivelmente, para o Ministério do Turismo. As denúncias serão apresentadas no início do ano pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ou por integrantes do Ministério Público Federal.

Antes da divulgação da nota de Alves, o atual líder do PMDB da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), saiu em defesa do aliado. Cunha está cotado para suceder Alves na presidência da Casa. “Eu tenho certeza absoluta de que não tem nada contra ele”, afirmou, em café da manhã com jornalistas. Na semana passada, após a revelação do Estado, o atual presidente da Câmara se disse “muito indignado” e chamou o depoimento de Paulo Roberto de uma “irresponsabilidade absurda”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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