Contratos desfavoráveis e um número elevado de funcionários foram identificados durante auditorias na Santa Casa, segundo afirmou o secretário de Saúde do Estado, David Uip. Ele declarou que havia “problemas sérios de qualidade de gestão” na entidade, mas não deu mais detalhes.
Segundo ele, avançar neste tema seria incumbência do Ministério Público e do Tribunal de Contas. A Santa Casa, disse, tinha em média 20 funcionários por leito enquanto outros hospitais essa média é de 4 a 5 por leito.
Segundo Uip, uma reunião com a Promotoria Pública do Estado, o Ministério Público e o gestor e provedor da Santa Casa deve ser convocada no início de janeiro para debater o futuro da entidade.
O governo do Estado anunciou hoje a liberação de R$ 3 milhões extras em caráter emergencial para remédios e insumos na Santa Casa. O montante, segundo Uip, é suficiente para garantir a necessidade de suprimentos da entidade por um mês. Uip não comentou se haverá novas liberações nos próximos meses e ponderou que a ajuda terá que ser dividida entre governo Federal, Estado e Município.
Questionado sobre a demora para se identificar os problemas que levaram a uma dívida de mais de R$ 820 milhões na Santa Casa, o governador Geraldo Alckmin culpou também o Sistema Único de Saúde (SUS). “Todo mundo que atende SUS tem prejuízo”, disse. “O SUS não remunera adequadamente os procedimentos”, declarou.
Alckmin disse que os R$ 3 milhões repassados hoje são para garantir o atendimento, mas disse que em paralelo há a discussão para se resolver uma questão estrutural. Ele considerou que a Santa Casa terá que dispor de alguns de seus patrimônios imobiliários.
O Estado está participando ainda de uma negociação para repassar a operadoras privadas de saúde um dos prédios de atendimento particular da Santa Casa, o Santa Isabel 2, disse Uip. Segundo ele, as negociações para repasse a uma empresa de medicina suplementar estão avançadas, mas ele não deu mais detalhes.