O recuo do dólar é contido desde a abertura, comparando à alta de quase 40% no ano, após o IPCA acima do teto das projeções do mercado e o cenário de incertezas fiscais. E praticamente sem entrada de fluxo novo de estrangeiro e com o início do período de remessas sazonais de recursos ao exterior dada a proximidade do fim de ano, o espaço para queda também é menor em meio liquidez fraca na semanas, segundo operadores de câmbio.
A timidez do ajuste pode estar atrelado a incertezas fiscais, a despeito da "lua-de-mel", agora, de Paulo Guedes (ministro da Economia) e Rodrigo Maia (presidente da Câmara) e da defesa conjunta da retomada da agenda de reformas no Congresso, diz Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas. Na prática, não se espera tão cedo definições sobre a PEC emergencial, que inclui o renda cidadã, e nem sobre reformas, o que tende a manter a insegurança com contas públicas no mercado.
O IPCA subiu 0,64% em setembro, acima do teto das estimativas (0,45% a 0,61%, com mediana de 0,54%), impondo viés de alta a toda a curva de juros futuros nos primeiros negócios. Mas as taxas longas já aliviaram um pouco em meio à queda do dólar no mercado à vista e no exterior, dada a espera por mais estímulos fiscais nos EUA, de acordo com operadores. A inflação alta reforça perspectiva de que uma alta da Selic pode ocorrer neste ano ainda.
Às 9h48 desta sexta-feira, dia 9, o dólar à vista caía 0,39%, a R$ 5,5668. O dólar futuro de novembro recuava 0,65%, a R$ 5,570.