Dois anos após a concessão para a iniciativa privada, o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, decidiu começar a divulgar ao público geral, a partir deste mês, uma pesquisa interna mensal de satisfação. O estudo realizado em fevereiro, com 827 passageiros, revela que aqueles que embarcam pelo Terminal 3, que não residem no Brasil e viajam a lazer são os mais propensos a dar boas notas ao aeroporto. Já os mais escolarizados e que viajam a negócios têm tendência a avaliá-lo negativamente.
O objetivo, segundo a direção da Gru Airport (administradora do aeroporto), é mostrar que a percepção dos viajantes tem melhorado desde a mudança de gestão e dar transparência aos itens medidos. “Queremos reconhecer o que já está legal e dar ao passageiro a noção do que está sendo feito para corrigir o que não vai bem”, afirma o presidente interino da Gru Airport, Marcus Santarém. “Esses dados dão munição para uma série de investimentos.”
A divulgação da pesquisa – cujos critérios são definidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – também vai funcionar como um contraponto ao relatório trimestral de satisfação elaborado pela Secretaria de Aviação Civil (SAC), em que Cumbica se alterna desde o primeiro trimestre de 2013 (início do levantamento) entre a última e penúltima posição no ranking de aeroportos brasileiros.
Os 33 itens do levantamento exclusivo de Cumbica, que incluem limpeza dos banheiros, organização das filas, conforto dos assentos, são avaliados com notas de zero a cinco pelos passageiros prestes a embarcar. A satisfação geral com o aeroporto subiu de 3,6 para 4, entre fevereiro de 2014 e fevereiro de 2015. Nesse período, o porcentual de notas “boas” e “muito boas” (4 e 5) passaram de 5,9% para 32,4% do total.
A evolução dos números é atribuída pelo presidente da Gru Airport a ações feitas pela concessionária desde 2013, como o aumento no número de vagas de estacionamento, a diversificação de lojas e a reforma dos banheiros. Mas ele reconhece que mais melhorias podem ser feitas. “Esperávamos notas ainda mais altas”, diz. O diretor de Operações, Miguel Dau, ressalta que é preciso se colocar no lugar dos passageiros mais exigentes. “Quem viaja a negócios frequenta terminais do mundo inteiro e tem a capacidade de compará-los.”
Custos
As piores avaliações são dadas aos quesitos custo-benefício de lojas, restaurantes e estacionamento. “Tem bastante opção de fast-food, mas é tudo muito caro. Em Londres, com duas libras você come e ainda toma um energético”, diz a cabeleireira Michelly Zambon, de 36 anos, que vive na Inglaterra. Ela passa de duas a três vezes por ano por Cumbica.
“Ultimamente, reparei que o aeroporto melhorou. Os banheiros estão muito mais bonitos do que antes e as áreas estão mais amplas. Mas esses terminais (1 e 2) são cinzentos e sufocantes”, afirma. “Old fashioned (antiquado)”, completa o marido de Michelly, Daniel Harvey, inglês de 43 anos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.