Apesar de apoiar publicamente a realização das manifestações do último domingo, 12, o PSDB avaliou internamente que foi um erro convocar uma nova mobilização num espaço tão curto de tempo. Em comparação ao protesto de 15 de março, o do fim de semana levou menos gente às ruas, numa sinalização de que os movimentos haviam perdido força.
O presidente nacional da sigla e senador, Aécio Neves (MG), fez suspense até o último momento se iria ou não participar dos atos de domingo. Ele passou o fim de semana em Belo Horizonte, seu reduto eleitoral, e havia sinalizado que iria às ruas se as manifestações reunissem o mesmo número de pessoas do primeiro ato. Como na capital mineira o protesto foi esvaziado, o tucano não compareceu e usou como justificativa o fato de não querer dar uma “conotação partidária” às manifestações.
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o pouco tempo entre as duas manifestações prejudicou a convocação para o ato. Ele, no entanto, relativizou a menor adesão e disse que o importante era que as pessoas que foram às ruas haviam conseguido encontrar uma pauta comum: o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Essa opinião também é compartilhada por outras lideranças da oposição. Para o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), a escolha da data não ajudou, mas, segundo ele, o importante é que o sentimento de “indignação” em relação ao governo se intensifica dia após dia.
Os principais movimentos que organizaram as duas manifestações se dizem apartidários e usam as redes sociais para divulgar os eventos e chamar as pessoas para os atos. A baixa adesão no domingo, porém, fez com que eles decidissem deixar os protestos de rua em segundo plano, e dar início a uma nova fase de mobilização, com a busca de apoio no Congresso Nacional para suas reivindicações.