O ministro da Defesa, Jaques Wagner, confirmou nesta segunda-feira que o Exército deixará o Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, no fim de junho e que a presença das Forças Armadas nas favelas não será prorrogada. Durante aula magna do Curso Superior de Defesa na Escola de Guerra Naval, na Urca (zona sul), o ministro disse que a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) “é o caso mais delicado” de uso das Forças Armadas em funções que vão além do trabalho usual dos militares brasileiros. A GLO autoriza as Forças Armadas a atuar na segurança pública, que é responsabilidade constitucional dos Estados.
“Não é papel das Forças Armadas o trabalho de segurança. A preocupação que se tem é que não se prorroguem indefinidamente esses pedidos, que o provisório não se transforme em permanente”, disse o ministro em resposta a um oficial. No caso da Maré, Wagner disse que está mantida a decisão de reduzir o número de soldados do Exército na região até a retirada definitiva no fim de junho.
“Estamos em processo de diminuição gradual do contingente na Maré. Já está assinado um decreto com o governador (Luiz Fernando Pezão) para que as Forças Armadas saiam em junho ou julho, no máximo”, afirmou o ministro em entrevista. Wagner lembrou que, quando era governador da Bahia, utilizou a GLO para garantir a segurança no Estado, durante uma greve da polícia. O Exército está na Maré desde abril do ano passado. Com a desocupação, o governo do Estado instalará uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). As 15 favelas do complexo são dominadas pelo tráfico de drogas e por milícias. A presença das Forças Armadas foi prorrogada, em setembro do ano passado, até dezembro e depois até junho deste ano.