A Universidade Estadual Paulista (Unesp) vai abrir sindicância para apurar as responsabilidades pela festa na qual morreu o estudante de Engenharia Elétrica Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, no sábado, 28, em Bauru, após consumir vodca em uma competição. O Ministério Público Estadual (MPE) também abriu inquérito para apurar o caso.
De acordo com a Unesp, a Faculdade de Engenharia vai instalar uma Comissão de Sindicância para apurar como os fatos aconteceram. Outros três estudantes foram internados após a festa. A medida foi determinada pela Assessoria Jurídica da Unesp, que não informou a data de início nem o prazo para conclusão dos trabalhos.
A iniciativa, de acordo com a Unesp, tem o objetivo de investigar as irregularidades, apontar quais estudantes da instituição participaram da organização da festa e das competições com bebidas alcoólicas e punir os responsáveis.
Segundo a polícia, Fonseca morreu após consumir cerca de 25 doses de vodca. Os outros estudantes internados em coma alcoólico também teriam participado da competição.
Sem alvará
O MPE decidiu investigar a morte de Fonseca. Para a promotoria, a festa era clandestina, pois não tinha alvarás para ser realizada e não obedecia à lei. O MPE suspeita de que as festas de estudantes se tornaram um negócio, com organizadores que obtêm lucros financeiros enquanto colocam a segurança dos frequentadores em risco.
O inquérito foi aberto pelas Promotorias dos Direitos do Consumidor, da Arquitetura e Patrimônio e da Criança e do Adolescente. Esse, porém, não é o primeiro inquérito sobre festas universitárias. Desde novembro de 2014, o MPE de Bauru apura, em outro inquérito, a realização de festas clandestinas na cidade. Duas delas chegaram a ser canceladas por liminares obtidas na Justiça.
Na terça-feira, 3, a Polícia Civil de Bauru decretou sigilo no inquérito que apura a morte de Fonseca e as lesões corporais nos outros estudantes. Por enquanto, dois estudantes respondem por crimes de homicídio e lesões corporais com dolo eventual (quando não há intenção, mas assume o risco). Por causa do segredo de Justiça, a polícia não divulgou o resultado do laudo toxicológico de um dos estudantes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.