O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta quarta-feira que não tem informação de que o nome dele conste na lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ontem ao Supremo Tribunal Federal e disse estar com a consciência tranquila. A Procuradoria-Geral da República encaminhou na noite desta terça-feira, 3, ao Supremo Tribunal Federal, 28 pedidos de abertura de inquérito contra 54 pessoas, com ou sem mandato parlamentar, citadas como beneficiários do esquema de corrupção na Petrobrás.
Em delação premiada realizada no final do ano passado, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que Humberto Costa foi destinatário, em 2010, de parte da “comissão” da cota de 1% destinada ao PP, partido da base aliada do governo. O porcentual representaria R$ 1 milhão do esquema de propinas e corrupção na Petrobras. O petista nega. “Não tenho informação da lista. Não saiu oficialmente, desejo que saia para que eu possa saber. Mas o que posso dizer é o seguinte: sendo arquivada essa denúncia ou passando por um processo de investigação, a minha consciência é tranquila. Nunca participei de nenhum processo de licitação, de corrupção, estou tranquilo”, afirmou Humberto Costa.
O líder do PT ressaltou, entretanto, que a possível divulgação da lista com os nomes, atualmente sob sigilo, não deve ser motivo para uma condenação prévia dos citados. “A retirada do sigilo é uma decisão que cabe ao Supremo Tribunal Federal, a partir do pedido que foi feito pelo procurador Janot. Acho que o mais importante é que saibam que essa lista representa apenas um pedido de investigação, não é sequer um processo ainda, serão inquéritos que serão abertos. Pela primeira vez, muita gente vai conhecer o que é que tem contra si e vai poder se defender. Então, acredito que teremos que trabalhar com muita cautela e que não transformemos pessoas inocentes em culpadas e vice-versa. Vamos aguardar”, afirmou o petista.
Humberto criticou, no entanto, a possibilidade de haver “vazamentos seletivos” prejudicando a imagem de alguns parlamentares em detrimento de outros. “O problema é que muitas vezes o sigilo é mantido para alguns. Surgem vazamentos seletivos que atingem inclusive pessoas que nem na lista estarão”.