A entrevista da senadora Marta Suplicy (PT-SP) ao jornal O Estado de S. Paulo sobre problemas internos do PT poderia mudar o rumo da eleição presidencial, se tivesse sido concedida durante a campanha, na avaliação do deputado federal e senador eleito pelo DEM, Ronaldo Caiado. “Se ela fosse dada antes das eleições, teria dado uma grande contribuição para o País. Teria força para mudar rumo das eleições”, avaliou.
As declarações, de acordo com o parlamentar, são contundentes, de quem está na intimidade do partido. “Nós políticos sabíamos desse grau de desgaste dentro do PT e da cizânia interna, mas, quando falávamos isso, diziam que nós éramos da oposição”, afirmou. Por isso, de acordo com Caiado, essa tomografia feita pela senadora sobre o PT seria mais útil alguns meses atrás. “A crítica que faço é a de que, se existe da senadora uma preocupação com o País, isso tudo seria trazido à tona antes das eleições”, disse.
Os movimentos internos do PT e a postura inflexível de muitos de seus mais importantes componentes descritos por Marta eram fatos de conhecimento dos atores de Brasília, de acordo com o senador eleito, ainda que não se soubesse com profundidade os detalhes. “Nós sabíamos desse grau de dificuldade, da intolerância da Dilma (presidente Dilma Rousseff) em debater política, do temperamento dela, do (ministro Aloizio) Mercadante, da intempestividade e agressividade de Ideli Salvatti, da tentativa de Lula de vir para o processo e ser cortado”, enumerou.
Para o parlamentar, a desestruturação recente do PT é óbvia. “O partido passa por um processo autofágico, ele está se destruindo. A corrupção com a vaidade tomaram proporções inimagináveis e esses dois fatores são determinantes no colapso do PT”, avaliou. Em entrevista ao jornal, Marta sinalizou que pode sair do partido e avaliou que ele chegou a uma encruzilhada: “Ou o PT muda, ou acaba”. Articuladora assumida do “Volta, Lula” em 2014, ela julga que o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é “inimigo do Lula” e “candidatíssimo” a presidente em 2018.