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Deputados farão pressão para que Lira desista de comandar a CCJ da Câmara

A ala inconformada com a escolha do deputado Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se mobiliza para tentar convencê-lo a desistir do comando do colegiado mais importante da Câmara dos Deputados. O parlamentar é um dos investigados no esquema de corrupção na Petrobras e teve seu nome incluído na lista que a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na primeira sessão deliberativa sob comando de Lira, marcada para a tarde dessa terça-feira, 10, membros da comissão farão questões de ordem e apelos para que ele se afaste da presidência da CCJ. “Todo mundo que exerce algum cargo de expressão deveria pedir licença”, defendeu o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Mesmo sob investigação, o regimento interno permite que Lira continue no comando da comissão. Ele pode se afastar da presidência em caso de renúncia ou de licença. Assim, caberá a ele a decisão de permanecer ou não no cargo.

“Não é razoável o presidente da CCJ estar sob investigação”, concluiu o líder do PSOL e membro da comissão, Chico Alencar (RJ). O partido vai pedir o afastamento de todos os arrolados na Lava Jato que ocupam cargos na Câmara, caso contrário o PSOL estuda a possibilidade de judicializar a questão. Alencar disse que apelará para o “bom senso” de Lira, mas “sem muitas ilusões”.

O escolhido

A informação prévia de que Lira estaria na lista da Lava Jato levou 12 membros da CCJ a votar em branco na eleição para a presidência do colegiado na semana passada. O grupo articulava a escolha de Esperidião Amin (PP-SC) para a função, mas a candidatura do catarinense não prosperou. Lira havia trabalhado nos bastidores para a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o comando da Câmara.

Na ocasião, os parlamentares já previam que a presidência da CCJ nas mãos de investigado da Lava Jato travaria os trabalhos do colegiado e causaria repúdio da sociedade. “Teremos um processo legislativo paralisado por causa de uma situação específica. A sociedade vai colocar o colegiado sob suspeição”, disse o deputado Sandro Alex (PPS-PR).

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