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Mesmo nas férias, Hopi Hari fecha 1 de cada 3 atrações

“Você precisa ver, tem um monte de brinquedo fechado aqui”, reclama uma adolescente, ao telefone, durante visita ao parque de diversão Hopi Hari, em Vinhedo, interior de São Paulo. Na quinta-feira, 15 das 48 atrações do local exibiam um cartaz informando que estavam “temporariamente” fechadas em pleno período de férias.

A notícia desaponta crianças e visitantes de primeira viagem. No site do parque, o serviço de manutenção em algumas atrações está agendado até o dia 1.º de fevereiro.

Avisos na fila para compra de ingressos e na porta do Hopi Hari já indicavam que os brinquedos não estavam à disposição dos frequentadores. Ao serem questionados, funcionários diziam apenas que os equipamentos estavam em manutenção, mas não informavam o prazo de reabertura.

Entre as atrações indisponíveis estavam as mais radicais do parque, como o Evolution e o Ekatomb, alguns brinquedos aquáticos e um dos principais símbolos dos parques de diversão: a roda-gigante, batizada na língua do Hopi Hari como Giranda Mundi.

“É a minha primeira vez aqui. Se é para fazer manutenção, deveriam ter feito antes das férias. O Playcenter, antes de fechar, estava com mais brinquedos funcionando. Estou indignada, o ingresso deveria ter 30% ou 40% de desconto”, afirmou a advogada Neiva Santos, de 42 anos, que visitou o local com o marido e os três filhos.

Marido de Neiva, o professor Marcos Rogério dos Santos, de 46 anos, notou diferença no parque. “Vim há dois ou três anos e todas as atrações estavam funcionando. Achei estranho o Rio Bravo estar fechado. A água é circular, não se perde.”

Desapontamento

Grupos de escolas, famílias e adolescentes não disfarçavam a decepção ao se deparar com as atrações fechadas. “Os brinquedos estão em manutenção. Tem uns dois meses que a situação está assim. O Ekatomb está sem uma peça e não fabricam mais”, disse um funcionário.

Entre os equipamentos inoperantes, está o La Tour Eiffel, brinquedo do qual a estudante Gabriela Nichimura, de 14 anos, caiu de uma altura de 25 metros e morreu, em 2012.

“Está terrível. Tudo feio, cobram caro e não oferecem o serviço. Só vim porque ganhei o ingresso”, disse a analista de logística Luciana Rinco Caparroz Correia, de 41 anos, que foi ao parque com o marido. Moradora de Jundiaí, no interior paulista, Luciana contou que fez sua primeira visita há dez anos e voltou novamente há cerca de um ano e meio.

As pausas para manutenção durante o funcionamento do local assustaram frequentadores. Foi assim que o comerciante Marco Gatto, de 40 anos, desistiu de se aventurar na montanha-russa de madeira Montezum. “Eu já estava com medo e isso ajudou. Foi a primeira vez que vim e não volto nunca mais.” Ele estava acompanhado pela mulher e os dois filhos, de 6 e 11 anos.

Queixa

Assessora técnica do Procon, Leila Cordeiro disse que o visitante que se sentir lesado pode reclamar com o parque ou apresentar as queixas para o órgão de defesa do consumidor. “A empresa tem de ter qualidade do serviço prestado. Se o consumidor se sentiu prejudicado e achou que estava em um parque abandonado, pode reclamar diretamente para a empresa. Caso não consiga obter resposta, pode vir ao Procon.”

Marco Antonio Araujo Junior, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil seccional São Paulo (OAB-SP), afirmou que o parque está dentro da lei por anunciar a situação das atrações em seu site e em cartazes. “O incorreto seria não informar que o brinquedo não está funcionando.”

Em nota, o Hopi Hari informou que segue um cronograma de manutenção das atrações de acordo com a legislação e com recomendações do fabricante. A revisão é periódica (anual, mensal, semanal e diária).

O parque explicou ainda que as interrupções de funcionamento dos brinquedos podem ter longa duração ou curtos intervalos durante seu período de atividade. A empresa afirmou que aguarda “elementos filtrantes” para reativar o Rio Bravo e destacou que todas as informações sobre o funcionamento estão em seu site.

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