O Ministério de Meio Ambiente (MMA) nomeou um superintendente da organização ambiental WWF para presidir o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Cláudio Maretti, superintende da ONG e líder da Iniciativa Amazônia Viva, tocada pelo WWF, vai assumir o posto até agora ocupado por Roberto Vizentin.
A nomeação de Maretti deve ser publicada nos próximos dias pelo Ministério no Diário Oficial da União. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Vizentin disse que sua saída já estava acordada com a ministra do MMA, Izabella Teixeira. Ela havia informado Vizentin assim que soube de sua recondução à frente do comando do ministério.
O ICMBio tem papel crucial no processo de licenciamento ambiental executado pelo governo, porque faz parte dos órgãos responsáveis por dar ou não anuência a empreendimentos. Apesar de caber ao Ibama a palavra final sobre a viabilidade ambiental de um projeto, cabe ao ICMBio, assim como à Fundação Nacional do Índio (Funai) e à Fundação Palmares se manifestarem previamente sobre o impacto de determinada obra. Responsável por cuidar das unidades de conservação do País, o ICMBio está vinculado ao MMA.
“Foi uma mudança natural na liderança. Deixo o ICMBio depois de três anos de trabalho, com a sensação de missão cumprida”, disse Vizentin.
Nos próximos dias, adiantou, o ICMBio deve anunciar a criação de unidades de conservação de 4 milhões de hectares no entorno da Transamazônica (BR-230), na região de Apuí (AM). Vizentin disse que o instituto ainda precisa avançar na criação de novas florestas protegidas, além de ampliar o acesso da população a essas unidades, não apenas para fins de exploração sustentável, mas também para atividades de turismo.
Recentemente, Vizentin apresentou um pedido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para que avalie a possibilidade da hidrelétrica de Belo Monte, em construção na região de Altamira (PA) incluir em suas compensações socioambientais medidas para mitigar impactos às comunidades tradicionais de reservas extrativistas localizadas na chamada “Terra do Meio”, no Sul do Pará. “O ICMBio está preparando um parecer técnico para embasar o pedido ao Ibama. Achamos que é legítimo esse pleito, os impactos estão acontecendo”, comentou.