Fundador da Força Sindical, segunda maior central do País, o deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP) decidiu ignorar o projeto da regulamentação da mão de obra terceirizada no tradicional evento promovido pela entidade no 1º de maio, Dia do Trabalho. “A terceirização não estará na nossa pauta. Vamos focar em corrupção, inflação e recessão”, diz o parlamentar, que também é presidente do Solidariedade.
A estratégia do partido, que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff, é aproximar o discurso dos protestos contra o governo apoiados pela legenda dos trabalhadores que vão participar do evento em São Paulo.
O projeto, que permite a contratação de terceirizados para trabalhar em postos relacionados à atividade-fim (atividade principal da empresa) e não somente para as atividades-meio (limpeza e segurança, por exemplo), é combatido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e por sindicatos ligados à própria Força.
No evento de amanhã, Paulinho deve receber no palanque da entidade o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. Ligado ao PDT, ex-partido de Paulinho, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, foi escalado para representar o governo federal. “Ele certamente será vaiado”, prevê Paulinho.