A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp) anunciou que vai criar um órgão para lidar com os problemas relacionados aos direitos humanos na instituição. A medida surgiu um dia após a repercussão do depoimento de duas jovens estudantes da faculdade relatarem em audiência pública terem sido estupradas em festas organizadas por alunos de medicina.
O Centro de Defesa dos Direitos Humanos terá assistência jurídica, ouvidoria, assistências psicológica e de saúde para apoiar os alunos da instituição que forem vítimas de violência. As denúncias que chegarem à universidade serão apuradas pelo órgão, que deverá punir os agressores de acordo com o regimento da USP.
O equipamento, de acordo com a instituição, já era discutido por uma comissão interna de professores que apurava os casos isoladamente. As alunas, no entanto, reclamam que os crimes foram “silenciados” pela universidade para não “manchar a imagem da instituição”.
Segundo nota divulgada pela Fmusp, as denúncias poderão ser feitas de forma anônima. Serão atendidas vítimas não só de violência sexual, mas homofobia, racismo ou qualquer tipo de violação aos direitos humanos. A nota ainda prevê ampliação dos sistemas de vigilância, estabelecimento de regras para o consumo de álcool no interior da faculdade e adoção do trote solidário na recepção dos calouros em 2015, com doação de sangue.