O vice-presidente Michel Temer avalia, em entrevista ao Estado, que o perfil da nova equipe econômica deverá cuidar da indústria e do comércio. Ele afirma que se o nome do novo ministro tiver o respeito do mercado financeiro, será muito útil para o governo. Temer, que é presidente nacional do PMDB, acredita que a presidente Dilma Rousseff observará o tamanho do partido na formação do novo governo.
Fala-se em mudanças na área econômica. Qual é o perfil que o sr. deseja para a nova equipe?
Acho que deve cuidar de um desenvolvimento que resulte necessariamente no incremento da indústria e do comércio. As medidas centrais, exatamente, não sei quais serão. Mas acho que essa será a tônica daqueles que vão conduzir a economia do País.
Isso significa que deve ser uma pessoa do mercado?
Se for uma pessoa do mercado, que seja admitida pelo mercado, seria útil para o governo. Agora, não sei quem será, né?
Fala-se muito no nome do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Mas falam que a presidente não gosta muito dele.
Nunca ouvi até agora nenhuma palavra da presidenta que fosse prejudicial ou negativa em relação a Meirelles. E convivemos já por quatro anos. Se ocorresse isso, eu teria ouvido alguma coisa numa ou noutra ocasião. E é preciso lembrar também que, em matéria política, não há gostar ou não gostar. Há exatamente fazer aquilo que é melhor para o País. Então, volto a lembrar que jamais ouvi uma palavra negativa em relação ao Meirelles.
E de aprovação?
Também não. Mas também nunca comentei o assunto. Eu sei que eu me dou maravilhosamente com ele.
A ex-ministra Marta Suplicy está indo para o PMDB?
Interessante, não houve conversa nenhuma, nem comigo nem com ninguém do PMDB. Ela não procurou ninguém. Mas estão dizendo que ela viria ao PMDB porque o Márcio (Toledo, companheiro de Marta) é meu amigo, e é verdade, ele é meu velho amigo. E o Márcio lá atrás se filiou ao PMDB, mas não houve conversa nenhuma.
Seria um quadro bem-vindo?
É um quadro nacional extraordinário, não tenho a menor dúvida. Agora, é uma questão política, né? Se houver conversa, nós vamos examinar, não há nada concreto nesse momento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.