A Polícia Militar acompanhou a reintegração de posse de um terreno de cerca de 2,7 milhões de metros quadrados, que fica entre as cidades de Guarulhos, Itaquaquecetuba e Arujá, na manhã desta segunda-feira, 3. A área, de preservação ambiental, chamada Fazenda Albor, pertence à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), que obteve liminar favorável à ação no mês de junho. De acordo com a polícia e os sem-teto, não houve feridos, mas alguns barracos foram incendiados.
A invasão, que havia sido feita há pelo menos seis meses, foi visitada pelo Estado em julho. Líderes dos sem-teto no local falavam em pelo menos 7 mil famílias alojadas nos barracos improvisados. Segundo o líder comunitário Rafael Freitas, um conjunto de prédios em construção da CDHU, que fica no mesmo terreno, foi invadido para abrigar as famílias que tiveram de sair dos barracos. Agora, no entanto, restaram apenas 300 famílias, segundo o líder. A polícia tenta impedir a nova invasão. “Querem usar a mesma liminar para tirar a gente de lá”, disse.
Os sem-teto disseram que havia uma reunião marcada com a CDHU na última semana para que fossem apresentadas alternativas de habitação às famílias, o que foi negado pela empresa. De acordo com a CDHU, a operação disponibilizou 50 caminhões e 300 ajudantes uniformizados para realizar a mudança dos móveis. Um galpão foi disponibilizado para guardar os pertences.
Segundo a companhia,a ordem judicial só foi cumprida “após diversas reuniões e tentativas para a desocupação voluntária”. A empresa afirma ainda que parte do terreno, de preservação ambiental, “vem sendo destruída pelos invasores, com desmatamento e queima de árvores nativas”.
A ocupação começava a alcançar o novo trecho do Rodoanel Leste, entre as rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra. Para realizar a reintegração, o local foi interditado, entre os quilômetros 124 e 129, mas liberado depois das 9h30. Os outros 38 quilômetros do Rodoanel Lestre, entre a Ayrton Senna e o Rodoanel Sul, operaram normalmente.