A safra agrícola brasileira alcançou um valor de produção recorde de R$ 361 bilhões em 2019, crescimento de 5,1% ante o desempenho registrado no ano anterior. Os dados são da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2019, divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Os bons resultados alcançados nas últimas safras, aliados aos preços compensadores das principais commodities, em virtude da elevada demanda do mercado internacional e do câmbio favorável, colaboraram para que houvesse ampliação das áreas plantadas de soja, milho e algodão, além de maiores investimentos nos cultivos agrícolas", justificou o IBGE, em nota.
"Somados a isso, fatores climáticos positivos, principalmente na 2ª safra, levada a campo, em grande parte, no período ideal de semeadura, colaboraram para o bom desenvolvimento dos grãos", acrescentou o instituto, que observou: "os resultados alcançados poderiam ter sido ainda melhores, não fosse o registro de queda de rendimento de culturas como a soja, o feijão e o milho 1ª safra em regiões dos Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, por causa de períodos secos entre os meses de dezembro e janeiro".
A produção de soja totalizou R$ 125,6 bilhões em 2019, mantendo-se na primeira posição no ranking do valor da produção agrícola nacional, apesar da retração de 1,8% em relação ao desempenho de 2018.
Na sequência, a cana-de-açúcar somou R$ 54,7 bilhões, alta de 5,3% ante o ano anterior, enquanto o milho rendeu R$ 47,6 bilhões, um salto de 26,3% ante 2018.
O café somou R$ 17,6 bilhões, uma queda de 22%. O algodão herbáceo (em caroço) apresentou crescimento de 24,8% no valor da produção, um recorde de R$ 16 bilhões.
As demais cinco culturas no ranking de maiores valores de produção foram laranja (R$ 9,5 bilhões, alta de 0,7% ante 2018); mandioca (R$ 8,8 bilhões, queda de 11,5%); arroz em casca (R$ 8,8 bilhões, alta de 0,8%); banana em cacho (R$ 7,5 bilhões, alta de 8,2%); e feijão em grão (R$ 7,5 bihões, alta de 33,6%).
A safra recorde de grãos de 2019 totalizou 243,3 milhões de toneladas, superando em 6,8% a produção de 2018. Os agricultores plantaram 81,2 milhões de hectares, uma expansão de 3,3% em relação ao ano anterior, com destaque para o acréscimo de mais 1,2 milhão de hectares para o cultivo de milho e de 1,1 milhão de hectares da soja.
O Mato Grosso, o maior produtor nacional de soja e milho, foi alçado à primeira posição no ranking de valor da produção agrícola em 2019, com 16,2% do total nacional, à frente de São Paulo, com 15,4% de participação, que se destacou no cultivo da cana-de-açúcar. O Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de arroz e o segundo de soja, ficou na terceira posição, com 11,3%, seguido do Paraná, com participação de 11,2%.
<b>Valor de produção agrícola</b>
O município de Sorriso, em Mato Grosso, alcançou o maior valor de produção agrícola do País em 2019: R$ 3,9 bilhões. O montante representa um salto de 19,7% em relação ao ano anterior. Sorriso foi o maior produtor nacional de milho e de soja: 3,2 milhões de toneladas de milho, com um acréscimo de 11,4% em relação ao ano anterior, e 2,1 milhões toneladas de soja, o que representou uma retração de 4%.
Sapezal, também em Mato Grosso, teve o segundo maior valor da produção, R$ 3,4 bilhões, alta de 1,1% em relação a 2018, graças ao cultivo de algodão herbáceo (em caroço), soja, milho, feijão, arroz e girassol.
A terceira posição foi de São Desidério, na Bahia, com R$ 3,2 bilhões, queda de 12,4% em relação ao ano anterior. A cotonicultura somou R$ 1,5 bilhão, crescimento de 2,7%. O município produziu 592,7 mil toneladas, o segundo maior produtor de algodão herbáceo do País. A soja totalizou 1,3 milhão de toneladas, com valor da produção de R$ 1,4 bilhão, enquanto o milho registrou R$ 170,2 milhões.
Entre os 50 municípios com o maior valor de produção agrícola, 22 estavam em Mato Grosso, somando R$ 37,1 bilhões. Os Estados de Goiás, Bahia e Mato Grosso do Sul emplacaram seis municípios cada no ranking de maior geração de valor.