Principal reservatório de São Paulo, o Sistema Cantareira interrompeu uma longa sequência de quedas e se manteve estável pela primeira vez após 26 dias. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o nível do reservatório permanece em 7,6% nesta quinta-feira, 11, depois de ter chovido 18,1 milímetros sobre a região.
Responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, o manancial havia se mantido estável pela última vez no dia 14 de novembro, quando estava com 10,8% do volume armazenado de água disponível. Nesse dia, havia chovido 24,4 milímetros sobre a região.
Já a última vez que a capacidade do Cantareira aumentou – com exceção dos dias em que as reservas técnicas foram acrescentadas no cálculo – foi há quase oito meses, em 16 de abril. Na ocasião, o reservatório aumentou de 12% para 12,3% e havia chovido 27,1 milímetros.
Segundo a Sabesp, a pluviometria acumulada do mês no Sistema Cantareira é de 25,4 milímetros, que representa 11,5% da média histórica de dezembro, de 220,9 milímetros.
Outros reservatórios
Com as chuvas das últimas 24 horas, subiu o nível dos Sistemas Guarapiranga e Rio Grande, que juntos atendem 6,1 milhões de pessoas. Após 5,4 milímetros de chuva, o Guarapiranga aumentou 0,1 ponto porcentual, passando de 34,4% para 35,5%. Já o Rio Grande subiu 0,7 ponto. Nesta quinta-feira, o reservatório opera com 62,5%, ante 61,8% do dia anterior.
Por sua vez, os Sistemas Alto Tietê e Alto Cotia se mantiveram estáveis, com 4,4% e 29,2%, respectivamente. Sobre a primeira região, choveu 14 milímetros, enquanto na segunda a pluviometria foi de 8,2 milímetros.
Dos principais mananciais, o único que registrou queda foi o Sistema Rio Claro, que caiu 0,6 ponto porcentual. O reservatório opera, nesta quinta-feira, com 27,1% da sua capacidade. Nesta quarta-feira, 10, o nível estava em 27,7%. Sobre a região, choveu apenas 3,5 milímetros nas últimas 24 horas.
Chuva
A Climatempo e a Sabesp informaram que choveu em todas as represas de São Paulo. Nos Sistemas Cantareira e Alto Tietê, que estão com os níveis mais baixos entre os reservatórios, as chuvas foram moderadas e fortes no fim da tarde desta quarta-feira, 10.
Medição do Sistema de Alerta a Inundações em São Paulo (Saisp) apontou 40,2 milímetros de precipitação na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, que faz parte do Cantareira. Esse é o segundo maior reservatório do sistema e, atualmente, o que apresenta a situação mais crítica.
O temporal que atingiu a cidade de São Paulo causou alagamentos e o transbordamento de um córrego na zona leste e ainda formou uma correnteza capaz de arrastar veículos. A cidade permaneceu em estado de atenção para alagamentos entre 15h e 18h30 desta quarta-feira. Também choveu forte na região metropolitana: Osasco e Guarulhos tiveram ruas alagadas, de acordo com os bombeiros.
Na capital, a região de Itaquera, na zona leste, entrou em estado de alerta assim que o Córrego Verde, nas imediações da Avenida Jacu-Pêssego e da Avenida Imperador, transbordou. Carros e caminhões foram arrastados pela correnteza e as pessoas ficaram ilhadas. Dez veículos do Corpo de Bombeiros se dirigiram às áreas mais críticas da zona leste para ajudar os moradores. Não houve relato de pessoas desaparecidas nem desabrigadas, informou a Defesa Civil Municipal.
Segundo a empresa Climatempo, choveu 63 milímetros na região do Córrego Jacu, em Itaquera, até as 19h – índice mais alto da capital. A média para o mês de dezembro, registrada no Mirante de Santana, na zona norte, é de 200,7 milímetros.
Previsão
A passagem de uma frente fria, aliada à formação de um sistema de baixa pressão sobre a Região Sudeste, vai favorecer a formação de nuvens carregadas nos próximos dias. Entre a noite desta quinta-feira e a madrugada de sábado, 13, são esperados os maiores volumes de chuva na capital e nas represas da região.
Nesta quinta-feira, há possibilidade de pancadas fortes e localizadas à tarde e temperatura máxima de até 28°C.