A liquidação abrupta de ações pelo fundo Archegos Capital Management atingiu os bancos investimentos Credit Suisse e Nomura, que informaram que podem incorrer em perdas substanciais relacionadas às transações. Nos últimos dias, perdas no fundo de hedge, dirigido por Bill Hwang, desencadearam a liquidação de posições que se aproximam de US$ 30 bilhões em valor, informou o jornal <i>The Wall Street Journal</i>.
O Credit Suisse disse que é muito cedo para quantificar o impacto exato do imbróglio, mas que pode ser "altamente significativo e material" para os resultados do primeiro trimestre, que termina neste mês.
"Um importante fundo de hedge com sede nos Estados Unidos deixou de atender às chamadas de margem feitas na semana passada pelo Credit Suisse e alguns outros bancos", disse o banco com sede em Zurique. "Após o fracasso do fundo em cumprir esses compromissos de margem, o Credit Suisse e vários outros bancos estão em processo de saída dessas posições", acrescentou.
Uma fonte ligada ao banco revelou que a perda potencial estava relacionada à situação da Archegos.
O rival japonês Nomura disse que um cliente dos EUA o devia cerca de US$ 2 bilhões. Uma pessoa familiarizada com o assunto disse que os negócios em questão também estão relacionados à Archegos.
Por meio da Archegos, Bill Hwang administrou cerca de US$ 10 bilhões em dinheiro de sua família. A empresa fez grandes apostas em ações públicas nos EUA, Europa e Ásia. A reversão de suas posições causou quedas acentuadas na semana passada em uma grande quantidade de ações, incluindo ViacomCBS e Discovery, mesmo enquanto os mercados subiam.
Grandes bancos serviram como corretores de primeira linha para a Archegos, o que significa que eles processaram as negociações do fundo e emprestaram-lhe dinheiro e títulos. No final da semana passada, o Morgan Stanley, o Goldman Sachs Group o Deutsche Bank AG rapidamente liquidaram grandes blocos de ações vinculadas à Archegos, informou o <i>Journal</i>.