Em assembleia na manhã desta terça-feira, 2, os servidores da cidade de Porto Alegre decidiram por unanimidade manter a greve que dura 14 dias, após não terem chegado a um acordo com a Prefeitura em reunião realizada nessa segunda, 1º. No fim da manhã desta terça, os servidores deixaram a assembleia e começaram uma passeata pelas ruas da cidade com destino à sede do governo porto-alegrense.
Ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a diretora de Comunicação do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, Carmem Padilha, disse que o principal ponto de divergência é a recusa da Prefeitura em flexibilizar o desconto dos dias parados. Na segunda, o vice-prefeito, Sebastião Melo, afirmou que os abatimentos na folha relativos aos dias não trabalhados em maio já foram feitos. Os grevistas argumentam que a paralisação é legal e dizem que o corte nos salários é uma “punição”, enquanto a Prefeitura alega que as manifestações feitas pelos servidores, que incluíram o bloqueio a prédios públicos, justificam o desconto.
O sindicato não quer que o governo abone os dias de greve, mas cobra a remuneração para que as atividades sejam compensadas, em especial nas escolas municipais. “Queremos compensar (os dias de paralisação), achamos que devemos isso para a população de Porto Alegre, mas precisamos acertar como fica o pagamento dessas horas”, disse Carmem, ressaltando que esta questão é uma pré-condição para finalizar o movimento. Segundo ela, cerca de 70% dos 18 mil servidores municipais na ativa estão em greve, mas na educação a adesão sobe para 90%. “Isso afeta o calendário escolar”, admitiu.
A diretora do sindicato reconheceu que a categoria está disposta a ceder em outro ponto de discussão, relativo ao reajuste salarial. Os trabalhadores pedem aumento integral de 8,17%, mas a Prefeitura sugere que o repasse ocorra em três parcelas, terminando somente no ano que vem. “Há um debate aí também, mas estamos mais abertos quanto a isso”, disse.
Nos últimos dias as duas partes chegaram a um acordo sobre um terceiro item de discussão, que diz respeito à reformulação do pagamento de gratificação dos servidores. Na semana passada, a administração municipal retirou um projeto de lei que poderia causar perdas em salários, segundo os trabalhadores. A proposta será reformulada.
Carmem explicou que o sindicato entregará um novo pedido de reunião à Prefeitura para dar seguimento à negociação.