O rapper Emicida e o sambista Martinho da Vila transformaram o palco Julio Prestes numa grande roda de samba na tarde deste domingo, 21, na Virada Cultural. Juntos, eles homenagearam o cantor e compositor Jair Rodrigues, que morreu em maio do ano passado, com uma versão emocionante de “Deixa Isso para lá”. Clássicos do samba não faltaram. “Casa de Bamba”, “Mulheres” e “Madalena do Jucu” colocaram o grande público para sambar.
Emicida fez ainda um discurso incisivo. O rapper disse ser contra a maioridade penal e ainda afirmou que o País, há tempos, não discute educação. O paulistano ainda falou sobre estupro: “Quer dizer então que a mulher é estuprada e a culpa é dela?”, cravou.
Já no Palco Estação da Luz, o show do trio Metá Metá também teve um bom público. O trio se encaixa bem na programação da Virada deste ano, que destaca shows da cultura negra, como os de Daniela Mercury no sábado e o de Emicida neste domingo.
Com sonoridade afro-punk, como costumam dizer Juçara Marçal (voz), Kiko Dinucci (guitarra e voz) e Thiago França (sax e flauta), o grupo desfia as “macumbeiras” Ori, Atotô, Obá Iná. O guitarrista ainda leu um texto, que postou nessa semana nas redes sociais, em que listou os crimes cometidos por intolerância contra religiões afro nas últimas semanas no Brasil. O trio poderia ter recebido um palco com maior estrutura, dado o grande público que atraiu.
Outra artista que fez a plateia dançar ao som de músicas com letras bem-humoradas foi a cantora Maria Alcina. Ela apresentou sucessos como “Bigorrilho”, “Prenda o Tadeu” (Seu Delegado) e “Calor na Bacurinha”. Aos 66 anos, dançou no palco o tempo todo e mostrou que sua potência vocal continua vigorosa como no início da carreira. Foi muito aplaudida – e correspondeu ao carinho do público.
Já Eduardo Dussek entrou no Palco Arouche sem economizar críticas sociais, bem ao seu estilo. E fez todo mundo cantar um de seus maiores hits, como “Troque Seu Cachorro”. Bem-humorado, ele incluiu no repertório músicas novas, que foram bem recebidas pelo público.
No palco da Jovem Guarda, a cantora Wanderléa emocionou a plateia, mas a plateia também a emocionou ao cantar seus sucessos. Com lágrimas nos olhos, ela disse: “Vocês parecem um coral de anjos”. Wanderléa foi pontual e começou o show com “Foi Assim”. Esbanjou carisma e mostrou que, com mais de 50 anos de carreira, segue com a bela voz que a levou ao estrelato, além de estar em excelente forma. E encerrou o show com o clássico refrão “Por favor, pare agora, senhor juiz, pare agora”, da canção “Pare o Casamento”.
Segurança
A Secretaria da Cultura e o Comando da Polícia Militar divulgaram o balanço parcial de ocorrências da Polícia Militar até as 16h: foram 73 casos, entre furto, roubo e tráfico de drogas. Diferentemente do ano passado, não houve feridos – em 2014 a Polícia Militar registrou 5 pessoas baleadas e 4 esfaqueadas.