Após encontro com investidores na capital, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que todos estão muito preocupados com a economia brasileira, com o ajuste fiscal e, principalmente com o controle das contas públicas. Na avaliação de Cunha, não basta o governo acreditar que o pacote fiscal vai resolver tudo. “A agenda do governo não termina com o pacote fiscal em votação no Congresso. Acha que acabou por aí? Não, vai ter que adotar uma série de propostas e uma agenda que mostre as ações que vai adotar para recuperar a economia”, cobrou.
O evento com investidores foi realizado no Centro de Debate de Políticas Públicas e reuniu nomes como o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o ex-secretário de Fazenda de São Paulo e o ex-secretário municipal de Educação Alexandre Schneider. Nas duas horas de debate, Cunha disse que o empresariado queria saber a visão do Congresso Nacional e fez colocações sobre o processo de controle das contas públicas.
“A avaliação é que este processo precisa ser continuado”, disse, destacando que é preciso ainda ter a percepção de mostrar que o País tem futuro, através da adoção de medidas de médio e longo prazo e não apenas com um corte eventual e momentâneo, numa referência ao pacote fiscal. Para o presidente da Câmara, a atração de investidores ocorrerá apenas quando o governo sinalizar com as medidas de médio e longo prazo.
Cunha fez questão de reiterar que o Parlamento está fazendo a sua parte no processo de retomada do crescimento do País, votando, por exemplo, mas medidas do pacote fiscal. “O Congresso vai fazer sua reforma tributária, dentro da discussão do pacto federativo”, disse, complementando que a principal agenda econômica parte do Executivo e não do Legislativo. “Há quase uma unanimidade em dizer que nosso orçamento é uma peça de ficção, portanto temos de começar a tratá-lo de forma mandatória, impositiva.”