São Paulo, 27/6/2015 – Comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar (PM), responsável pela segurança de oito bairros da zona sul, o tenente-coronel Márcio Rocha dá expediente online todos os dias. Entusiasta da chamada “polícia de proximidade”, que tem como meta combater os crimes com o apoio popular, ele é assíduo nos grupos de Facebook que divulgam assaltos e aplaude a mobilização.
“Com um clique você interage com mais de 10 mil pessoas e pode dar resposta imediata. Os grupos me dão mais trabalho, já que monitoramos pelo computador e pelo smartphone 24 horas por dia, mas melhoram a confiança e a credibilidade da PM.” Rocha diz que é preciso cuidado com o compartilhamento de fotos de suspeitos. “Os policiais evitam, mas não dá para impedir.”
Para o sociólogo Ignacio Cano, coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), os grupos refletem a migração das relações sociais para a internet. “Em princípio, a neighborhood watch (vigilância de bairro) é algo positivo. Mas pode estimular a sensação de insegurança das pessoas.” Ele cita como lado negativo tentativas de controle social, com banimento de pessoas indesejadas das ruas ou de fora do bairro.
