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Brasil e EUA firmam compromisso sobre uso da terra e energia limpa

Os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama firmaram nesta terça-feira, 30, o compromisso de Brasil e Estados Unidos trabalharem juntos para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Um novo Grupo de Trabalho de alto nível Brasil-Estados Unidos sobre Mudança do Clima (GTMC) inicia em outubro a cooperação bilateral em questões relacionadas ao uso da terra, energia limpa e adaptação. A ideia também é que essas discussões sejam levadas à Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, a COP-21, que ocorrerá em Paris no fim do ano. Dilma está em visita oficial nos EUA. “No âmbito dos preparativos para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima em Paris, ambos os países estão apresentando contribuições pós-2020 expressivas, compatíveis com sua determinação em demonstrar liderança global”, diz o documento distribuído pelo governo brasileiro.

Entre os diversos compromissos firmados, ficou acertado que os EUA irão reduzir de 26% a 28% as emissões de gases do conjunto de sua economia até 2025, tendo por base o ano de 2005. “O Brasil implementará políticas com vistas à eliminação do desmatamento ilegal, em conjunto com o aumento ambicioso de estoques de carbono por meio do reflorestamento e da restauração florestal”, acrescenta o documento. Para tanto, o País pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 e espera que, até lá, a utilização de fontes renováveis fique entre 28% a 33% de toda a sua matriz energética.

Os dois países pretendem também lançar um Programa Binacional de Investimentos em Florestas e Uso da Terra, visando a melhorar as condições de atração de investimentos no manejo sustentável. No documento, os presidentes ressaltam a necessidade de apoio financeiro “continuado e robusto”. Brasil e EUA querem ainda revitalizar o trabalho da Aliança Global de Pesquisa sobre Gases de Efeito Estufa provenientes do setor agropecuário e assinar declaração de intenções sobre soluções para incêndios florestais em ambientes tropicais.

Outro compromisso firmado entre Brasil e EUA diz respeito ao uso da água. “Como nossos países enfrentam secas prolongadas e cada vez mais intensas, precisamos integrar adequadamente o planejamento e a tomada de decisão sobre água e energia; colaborar em energia hidrelétrica sustentável; aprimorar a resiliência da geração termelétrica; e aumentar a eficiência dos sistemas de infraestrutura de tratamento de água e efluentes”, diz o texto elaborado pelo Ministério das Relações Exteriores. Reconhecendo a necessidade de acelerar o emprego de energia renovável para ajudar a mover nossas economias, Brasil e Estados Unidos pretendem atingir, individualmente, 20% de participação de fontes renováveis – além da geração hidráulica – em suas respectivas matrizes elétricas até 2030.”

Dilma e Obama destacaram o fato de que, desde 2005, Brasil e Estados Unidos reduziram emissões de gases de efeito estufa, em termos absolutos, mais do que quaisquer outros países no mundo. O Brasil reduziu suas emissões em cerca de 41%, enquanto os Estados Unidos diminuíram suas emissões em cerca de 10% e estão no caminho para alcançar sua meta para 2020. O objetivo de longo prazo é limitar o aumento da temperatura global a um máximo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais.

Na semana passada, o Observatório do Clima divulgou relatório enviado ao governo brasileiro que tem como meta reduzir as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) pelo País para 1 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente até 2030, neutralizando esse número em 2050. O documento, chamado de INDC (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida, em inglês), foi remetido para análise dos ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores.

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