Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, o presidente da República em exercício, Michel Temer, afirmou nesta terça-feira, 30, que é “natural” a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Brasília, onde se reuniu com petistas e peemedebistas para discutir a crise política instalada no País.
“É natural (a passagem de Lula), (Lula) é um político, eu acho que as conversações na área política são permanentes, inclusive com o Lula, não tenho dúvida disso”, comentou Temer, que disse não ter conversado com o ex-presidente em Brasília.
Auxiliares da presidente Dilma Rousseff, contudo, criticaram nos bastidores o “timing” da viagem de Lula, que coincidiu com a visita oficial de trabalho de Dilma aos Estados Unidos.
Na avaliação de uma fonte ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a imagem que se passa é que Lula tenta arrumar a casa em meio ao “caos político” enquanto Dilma não está.
Novatos
Mais cedo, Temer ofereceu um almoço para cerca de cem deputados federais novatos no Palácio do Jaburu. O aceno aos parlamentares ocorreu depois de vir a público a discussão de parlamentares em um grupo de conversa no WhatsApp, aplicativo de troca de mensagens em celulares. No grupo, os deputados se queixam da demora na liberação de emendas parlamentares e ameaçam derrotar o governo na aprovação do ajuste fiscal.
“Foi um grupo imenso (de parlamentares ao almoço no Jaburu), foi muito agradável, oportuno. Acho que é bom pra dar muito valor ao Legislativo. É uma coisa importante”, afirmou Temer.
O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também compareceu ao almoço no Jaburu, mas não discursou.
Questionado sobre a liberação de emendas – constante alvo de reclamações dos parlamentares -, Temer respondeu: “Não houve nenhum despacho (com os deputados no almoço sobre isso), mas as emendas serão liberadas pouco a pouco. Estamos organizando isso.”