Em mais um passo para concretizar a desativação do Minhocão, no centro da capital paulista, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou na terça-feira, 12, um projeto de lei que pretende interditar a via também aos sábados. O Elevado Costa e Silva já é fechado para carros nos domingos e feriados e das 21h30 às 6h30 durante a semana.
A aprovação ocorreu em primeira votação e agora deverá passar por uma segunda, ainda sem data definida. Só então o prefeito Fernando Haddad (PT) poderá sancionar o projeto. O vereador José Police Neto (PSD) disse que tomou por base números da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para fazer a proposta.
Os dados mostram que o sábado concentra um sexto da circulação de carros de um dia útil. “Nós podemos devolver a toda aquela comunidade o sábado sem o conflito do trânsito e das buzinas”, afirmou o vereador. Apenas Eduardo Tuma (PSDB), dos 34 presentes, posicionou-se contra a medida.
Police Neto ressaltou que esse é mais um passo para colocar em prática o Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade, em vigor desde agosto do ano passado. “É preciso começar a tirar o Plano Diretor do papel e fazer esforços legislativos para que se concretize aquilo que foi amplamente debatido pela sociedade e definido na lei”, explicou. “Esse é um esforço para desativar gradativamente o Minhocão e tomar a melhor decisão para a cidade, seja um parque, que é bem-vindo, seja uma outra modalidade de desmonte que a sociedade debate.”
O próximo passo, segundo Police Neto, será debater um encurtamento do tempo em que hoje é permitida a circulação de veículos no elevado.
Polêmica
A desativação do Minhocão está prevista no Plano Diretor, mas o que será feito dele no futuro tem motivado debates entre dois grupos. A Associação Parque Minhocão sugere que a via se transforme em um parque nos moldes do High Line, em Nova York, que foi estabelecido sobre uma linha de trem desativada. Os integrantes desse grupo dizem que essa será uma forma de se apropriar do local.
Por outro lado, o Movimento Desmonte do Minhocão reúne pessoas que preferem ver o elevado implodido. Segundo elas, um parque suspenso pode elitizar a região e causar altos custos de manutenção.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
