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Maria, José e Ana são os nomes mais comuns do País, diz IBGE

Maria, José e Ana são os nomes mais comuns do País, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo Demográfico 2010. Maria está na identidade de 11,7 milhões de brasileiras. José, na de 5,7 milhões. O terceiro nome mais comum é Ana, com cerca de 3 milhões de pessoas.

O levantamento nomes no Brasil é inédito. Foram registrados 130.348 nomes diferentes na população brasileira, dos quais 63.456 masculinos e 72.814 femininos. Há nomes comuns aos dois sexos. Apenas o primeiro nome foi considerado. Pelo site do IBGE, é possível pesquisar todos os nomes e a sua frequência na população. No projeto são apresentados somente os nomes que aparecem 20 vezes ou mais. As informações estão divididas por sexo, unidades da Federação e municípios.

Para o sexo feminino, Maria e Ana se mantêm estáveis em primeiro e segundo lugares, para todas as décadas pesquisadas. A terceira posição é ocupada pelo nome Francisca até a década de 1950; Márcia, até os anos 1960; Adriana na década de 1970; Juliana, na de 1980; Jéssica, nos anos 1990; e Vitória, nos 2000.

No sexo masculino, José e Antônio aparecem em primeiro e segundo lugares até a década de 1980. Na de 1990, Lucas subiu à primeira posição e José caiu para a segunda. Já nos anos 2000, João ficou em primeiro e Gabriel apareceu na segunda posição. Até os anos 1960 e na década de 1990, João aparece na terceira posição, que foi ocupada por Francisco, nas décadas de 1970 e 1980, e Lucas, nos anos 2000.

A pesquisa explicou que a escolha dos nomes também tem como influência pessoas famosas e personagens que marcaram época. Provavelmente por causa da fama do ator Cauã Reymond, o nome ganhou popularidade nos anos 2000 e cresceu 3.924%. Em relação à década anterior, foram registradas 81.184 pessoas a mais com o nome Cauã. Também ganharam popularidade nos anos 2000 nomes como Rian, Enzo, Kailane e Sophia.

O nome Dara, personagem da novela Explode Coração (Rede Globo, em 1995), cresceu 4.592% naquela década. Entre os esportistas, o nome Romário explodiu na década de 1980, quando cresceu 402%, aumentando, ainda, 278% na década seguinte. Segundo o estudo, Ayrton foi bastante utilizado na década de 1990, crescendo 269% no período.

“Zico teve seu auge de registros nos anos 1980, quando nomeou 300 pessoas. Já o nome Pelé apresentou 35 registros nos anos 1960, aparecendo ainda nas décadas de 1970 e 1980”, informou o relatório.

Desuso

A pesquisa identificou nomes comuns até a década de 1930, hoje em desuso, como Alzira. “Antes de 1930, o nome aparecia 8.132 vezes, e nos anos 2000 só apareceu 288 vezes. O nome masculino que saiu da moda foi Oswaldo, que aparecia 1.335 vezes até 1930, caindo para uma frequência de 235 registros nos anos 2000. Outros nomes como Geralda, Severina, Avelino e Waldemar apresentaram comportamento semelhante”, informou a pesquisa.

“Já em relação à década de 1950, deixaram de ser utilizados nomes como Terezinha, que caiu de 84.879 para 768 registros nos anos 2000, e Neusa, que aparecia 36.327 vezes na década de 1950 e caiu para 243 registros nos anos 2000. Para os homens, caíram em desuso os nomes Benedito, que possuía 54.451 registros nos anos 1950 e caiu para uma frequência de 2.560 nos anos 2000; e Severino, que passou de 39.475 na década de 1950 para 1.373 nos anos 2000”, informou o estudo.

Variações

Na metodologia da pesquisa, foram registrados obrigatoriamente o primeiro nome e o último sobrenome de todos os moradores do domicílio e, havendo mais de um morador com primeiro e último nomes iguais, foram registrados os outros nomes que permitissem distingui-los. As formas variantes dos nomes, como Ana ou Anna, Ian ou Yan, Luís ou Luiz, foram contabilizadas separadamente. Não foram considerados sinais como acentos, cedilha, trema e til.

Segundo o economista Carlos Lessa, gerente de atendimento do IBGE, outro aspecto identificado pela pesquisa é que nomes bíblicos nunca saíram de moda em todas as décadas pesquisadas e aparecem sempre na liderança da lista.
“Nunca fugimos dos nomes bíblicos em um país que em boa parte da população é cristã. Principalmente nos nomes masculino. Sempre temos nomes como José, João e Francisco no topo da lista”, disse Lessa. “Também observamos um comportamento regional. Nomes como Severino e Raimundo aparecem com mais frequência no Nordeste. A partir do décimo colocado, temos mais variações, dependendo da década que estamos estudando.”

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